Em latim, memorabilia significa fatos ou coisas dignos de memória. De aplicação variada, podemos dizer que tudo o que teve um significado importante para um sujeito pode ser recuperado numa memorabilia, ou recolha de memórias, experiências pessoais, obras realizadas, conhecimentos adquiridos, etc. que de alguma forma nos marcaram.
Sendo assim, esta página será nossa bússola para as referências bibliográficas dos documentos citados no blog, entre outros.
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Referências Bíblicas
Água
Sendo a água indispensável para a vida dos homens (Ex 23, 25), animais (Gn 24, 11 - 20) e plantas (1Rs 18, 41 - 45), é vista como um dom salvífico de Deus. Ele a concede abundante aos que deseja salvar (Ex 17, 5s; Is 12, 5). Mas ela lhe serve também de instrumento de punição para os inimigos, como no dilúvio (Gn 6 - 8) e no êxodo (Ex 14 - 15).
Usada na limpeza física, a água serve também na purificação cultual (Ex 30, 17s; Lv 16, 4; Lv 16, 24) e ritual (Nm 19, 11 - 22). Para os tempos escatológicos Deus promete derramar sobre o povo águas purificadoras, acompanhadas de seu Espírito (Ex 36, 25 - 27; Is 44, 3; Zc 13, 1s).
No NT, João Batista se serve da água para o seu batismo de penitência (Mc 1, 8 - 11). O batismo cristão é fonte de regeneração e renovação do Espírito Santo (Tt 3, 5). Os que a ele se submetem são purificados de seus pecados e recebem o Espírito Santo (At 2, 38; 1Cor 10, 1s). Cristo promete fazer jorrar a água viva de seu Espírito para os que nele crêem.
Usada na limpeza física, a água serve também na purificação cultual (Ex 30, 17s; Lv 16, 4; Lv 16, 24) e ritual (Nm 19, 11 - 22). Para os tempos escatológicos Deus promete derramar sobre o povo águas purificadoras, acompanhadas de seu Espírito (Ex 36, 25 - 27; Is 44, 3; Zc 13, 1s).
No NT, João Batista se serve da água para o seu batismo de penitência (Mc 1, 8 - 11). O batismo cristão é fonte de regeneração e renovação do Espírito Santo (Tt 3, 5). Os que a ele se submetem são purificados de seus pecados e recebem o Espírito Santo (At 2, 38; 1Cor 10, 1s). Cristo promete fazer jorrar a água viva de seu Espírito para os que nele crêem.
Céu
O céu pode ser tomado em sentido cosmológico: os antigos o imaginavam como firmamento sólido (Is 40, 22; Is 44, 24), apoiado sobre colunas (Jó 26, 11). No firmamento há eclusas e por cima estão as águas do Oceano primitivo (Gn 7, 11; Sl 148, 4 - 6).
O céu em sentido teológico é a morada de Deus, cujo trono está acima do firmamento (Is 66, 1; Ex 24, 10s; Sl 104, 3). Mas Deus não está circunscrito à sua morada. Ele está presente em toda a parte (1Rs 8, 27). Por isso "céu" é a vida divina repartida com os eleitos na eternidade. Esta realidade religiosa é expressa com imagens: nova Jerusalém, novo templo, Sião reconstruída, montanha santa, etc. (Is 4, 2 - 6; Is 25, 6 - 9; Is 60; Zc 2, 14; Ez 37, 26 - 28; Sl 48, 2 - 4).
No NT céu substitui o próprio nome de Deus (Mt 5, 16 - 20; Mt 6, 9 cf.; 1Mc 3, 18 e nota).
Nos céus está Cristo, nossa esperança (Ef 1, 18 - 22; Col 3, 1 - 4; Jo 14, 1 - 3). Por isso o céu é nossa herança (Fi 3, 17 - 21; Col 1, 5; Col 1, 12; 1Pd 1, 4; Lc 10, 20; Mt 25, 31 - 46). Quando a recebermos, viveremos de Deus (1Jo 3, 2; 2Cor 5, 4 - 8; Ap 5, 6 - 12; Ap 7, 2 - 12; Ap 14, 1 - 3; Ap 21).
Criação
O tema constitui uma das noções básicas da fé de Israel. A Bíblia projeta na contemplação da criação a experiência da Aliança e da sua vivência religiosa. Assim, o autor inspirado conforme seja um narrador ou um poeta, um sábio, um sacerdote, um cantor, admirará na criação ora a onipotência divina, ora a sua sabedoria, ora o seu governo real, ora a sua manifestação.
A mais antiga narração da criação é do século X a.C. Numa linguagem popular, atribui a Deus a criação do ser humano e pretende responder a vários "porquês": da vida a dois, do trabalho, da dor (Gn 2, 4 - 25). Um poeta admira a onipotência de Deus na criação (Jó 38, 1 - 40, 5; Jó 26, 5 - 14; Salmos 89, 10 - 13). Louva a Deus com entusiasmo pela grandeza de seu poder criador (Sl 8; 19, 3 - 7; 104), pois Ele criou todas as coisas do nada (cf. 2Mc 7, 28 e nota). Louva a Deus pela sabedoria da criação (Is 40, 12 - 17; Pr 8, 22 - 35; Eclo 43, 33; Sl 19, 1 - 3).
Deus é o criador do mundo (Jr 27, 5; Jr 31, 35) e da história (Is 22, 11; Is 37, 26). Na literatura pós-exílica as afirmações sobre o poder criador de Deus são mais freqüentes. Ele cria o universo pela sua palavra (Sl 33, 6 - 9; Sl 148, 5; Is 40 - 55) e renova a criação, realizando a salvação prometida (Is 41, 20; Is 45, 8; Is 48, 7) e transformando o coração do homem arrependido (Sl 51).
No NT, sabemos que tudo foi criado em Cristo e por Cristo (1Cor 8, 6; Cl 1, 16; Hb 1, 2), e que a sua obra redentora é uma nova criação (Rm 8, 18 - 22; 1Cor 15, 45 - 48; 2Cor 5, 17; Ef 4, 24; Tg 1, 18; 2Pd 3, 13; Ap 21, 1- 5 cf.; Is 65, 17 - 18).
A mais antiga narração da criação é do século X a.C. Numa linguagem popular, atribui a Deus a criação do ser humano e pretende responder a vários "porquês": da vida a dois, do trabalho, da dor (Gn 2, 4 - 25). Um poeta admira a onipotência de Deus na criação (Jó 38, 1 - 40, 5; Jó 26, 5 - 14; Salmos 89, 10 - 13). Louva a Deus com entusiasmo pela grandeza de seu poder criador (Sl 8; 19, 3 - 7; 104), pois Ele criou todas as coisas do nada (cf. 2Mc 7, 28 e nota). Louva a Deus pela sabedoria da criação (Is 40, 12 - 17; Pr 8, 22 - 35; Eclo 43, 33; Sl 19, 1 - 3).
Deus é o criador do mundo (Jr 27, 5; Jr 31, 35) e da história (Is 22, 11; Is 37, 26). Na literatura pós-exílica as afirmações sobre o poder criador de Deus são mais freqüentes. Ele cria o universo pela sua palavra (Sl 33, 6 - 9; Sl 148, 5; Is 40 - 55) e renova a criação, realizando a salvação prometida (Is 41, 20; Is 45, 8; Is 48, 7) e transformando o coração do homem arrependido (Sl 51).
No NT, sabemos que tudo foi criado em Cristo e por Cristo (1Cor 8, 6; Cl 1, 16; Hb 1, 2), e que a sua obra redentora é uma nova criação (Rm 8, 18 - 22; 1Cor 15, 45 - 48; 2Cor 5, 17; Ef 4, 24; Tg 1, 18; 2Pd 3, 13; Ap 21, 1- 5 cf.; Is 65, 17 - 18).
Deserto
Os desertos na Palestina não são de areia, mas sim de montanhas calcárias, onde a vegetação não cresce mais por falta de chuva. O deserto da Judéia é uma estreita faixa situada entre a parte mais alta das montanhas e o vale do rio Jordão, e a depressão do mar Morto. O deserto do Negueb, ao sul de Judá, constitui o limite extremo-sul habitável da Terra Prometida.
A experiência da aliança com Deus no deserto do Sinai deixou profunda marca na alma israelita (Ex 19). Ali Israel foi provado por Deus; sentiu fome e sede, mas Deus o alimentou com maná (Ex 16) e o dessedentou com água tirada do rochedo (Ex 17, 1 - 7). Na solidão do deserto aprendeu a seguir a Deus com fidelidade (Jr 2, 2). Por isso, o deserto na Bíblia é tanto símbolo da provação, como da renovação espiritual (Os 2, 16s; 1Rs 19, 1 - 8; Ez 20, 34 - 37).
João Batista preparou-se para sua missão e começou a pregar o batismo de conversão no deserto (Mt 3, 1 - 3; Mc 1, 4; Lc 1, 80). Após o batismo no Jordão, Jesus retirou-se durante 40 dias para o deserto, onde foi tentado pelo demônio e preparou-se para pregar o Reino de Deus (Mt 4, 1).
Dilúvio
A narrativa de Gn 6, 5 - 9, 19 descreve uma inundação catastrófica, chamada dilúvio, do qual salvaram-se apenas Noé, sua família e os animais que o acompanhavam na arca. Muitos povos antigos falam de extraordinárias inundações que em épocas muito remotas destruíram a terra. As narrativas mais próximas ao Gênese são as da Mesopotâmia. É possível que, no fundo, destas narrativas esteja a lembrança remota de inundações catastróficas, mas de proporções limitadas (cf. Gn 7, 19s e nota).
Ecologia
As criaturas manifestam a sabedoria e a grandeza do Criador (Jó 28; Jó 38, 2 - 41; Jó 25; Jó 42, 5; Sl 19, 2 - 7; Pr 8, 27 - 31). O pecado e a violência do homem perturbam a ordem da natureza (Gn 3, 17 - 6; Gn17 - 8; Gn 14; Ex 7, 8 - 11; Ex 10; Is 1, 4 - 9; 2Rs 17, 7 - 28). As criaturas participarão da redenção escatológica (Is 11, 6 - 9; Is 65, 17; Rm 8, 21s; 2Cor 5, 19; 2Pd 3, 3 - 13; Ap 21, 1).
A importância da água (Gn 1, 7; Gn 2, 10 - 11; Gn 7, 11; Is 24, 18; Jó 38, 22 - 28; Lv 26, 4; Dt 11, 14; Is 30, 23s; Jr 5, 24; Sl 1, 3; Sl 104, 3 - 18). Seu valor simbólico (Ez 36, 24 - 30; Ez 47, 12; Jr 31, 9; Is 49, 10; Is 41, 17 - 20; Eclo 24, 25 - 31); as águas que dão vida (Jn 7, 37 - 39; Jn 4, 10 - 14; 1Cor 10, 4; Ap 22, 1; Ap 22, 17); as águas batismais (2Rs 5, 10 - 14; Mt 3, 11; Ac 8, 36; 1Cor 6, 11; Ef 5, 26; Rm 6, 3 - 11; Tt 3, 5).
A importância da água (Gn 1, 7; Gn 2, 10 - 11; Gn 7, 11; Is 24, 18; Jó 38, 22 - 28; Lv 26, 4; Dt 11, 14; Is 30, 23s; Jr 5, 24; Sl 1, 3; Sl 104, 3 - 18). Seu valor simbólico (Ez 36, 24 - 30; Ez 47, 12; Jr 31, 9; Is 49, 10; Is 41, 17 - 20; Eclo 24, 25 - 31); as águas que dão vida (Jn 7, 37 - 39; Jn 4, 10 - 14; 1Cor 10, 4; Ap 22, 1; Ap 22, 17); as águas batismais (2Rs 5, 10 - 14; Mt 3, 11; Ac 8, 36; 1Cor 6, 11; Ef 5, 26; Rm 6, 3 - 11; Tt 3, 5).
Firmamento
O céu era imaginado como uma abóbada consistente, na qual Deus pendurou as luminárias (sol, lua e estrelas: Gn 1, 14 - 18). Ver "Céu".
Fogo
O fogo é símbolo da majestade e da força divina (Dt 4, 24; Is 33, 14; So 1, 18). Deus apareceu a Moisés na sarça ardente (Ex 3, 2), manifestou-se como fogo no Sinai (19, 18). O fogo purifica e limpa o impuro (Lv 1, 9; Lv 10, 2; Nm 11, 1 - 3; Is 1, 25; Is 6, 7; Mt 7, 19; Mt 13, 40 - 42; Jn 15, 6). Por isso a ira divina é representada pelo fogo que pune os maus (Gn 19, 24s; Sl 50, 3; Mc 9, 49). Jesus compara a punição definitiva dos maus com o fogo que não se apaga (Mt 18, 8; Mt 25, 41); mas também a virtude renovadora do Espírito Santo é um "batismo de fogo" (Mt 3, 11; At 2 ,3).
Leite e Mel
São produtos naturais da terra de Canaã, obtidos sem muito trabalho. Por isso, a Terra Prometida é descrita, em oposição ao deserto, como "terra onde corre leite e mel" (Ex 3, 8; Nm 13, 27; Dt 6, 3). Leite e mel simbolizam as bênçãos divinas da Terra Prometida. A abundância de leite é sinal de prosperidade e riqueza, imagem da felicidade dos tempos messiânicos (Jl 4, 18; Is 55, 1; Is 60, 16).
Lepra
Duvida-se que esta palavra nas traduções bíblicas indique a mesma doença que nós hoje conhecemos por lepra ou "mal de Hansen". De fato, "lepra"nas versões da Bíblia traduz o termo hebraico sara'at, que inclui qualquer doença de pele e mesmo manchas em paredes ou roupas (cf. Lv 13 - 14 e notas).
Não se justifica, pois, pela Bíblia o ostracismo social em que nossa sociedade coloca os "leprosos" (hansenianos). O motivo pelo qual na Bíblia se isola o "leproso" não é o medo de um contágio por algum bacilo, mas o da impureza ritual (puro-impuro). Cristo curou o leproso tocando-o com a mão (Mc 1, 40 - 45), sem temor algum de contágio ou impureza, mostrando assim que a impureza que contamina é aquela que vem do coração (Mc 7, 15 - 23).
A lepra (hanseníase ou hansenose) que nós hoje conhecemos é uma enfermidade crônica, moderadamente contagiosa, com alterações principalmente na pele e nos nervos periféricos. Primeiros sinais: manchas mais claras na pele que se caracterizam pela "dormência" (insensibilidade à dor, ao frio e ao calor); aos poucos as inflamações nos nervos periféricos vão produzindo deformidades nas extremidades (mãos e pés). Hoje, a ciência descobriu vários remédios que curam ou interrompem o processo da doença, sobretudo se a assistência médica for logo procurada. Feito o tratamento adequado a pessoa pode voltar ao seu trabalho e ao convívio familiar, sem perigo nenhum de contágio.
É, pois, um preconceito desumano, destruidor da fraternidade e nada cristão negar emprego ou vaga na escola a um hanseniano, ou, pior ainda, rejeitá-lo do convívio familiar.
Lua Nova (Neomênia)
No calendário lunar, a lua nova marca o início do mês; era considerada um dia santo. Nesse dia não se trabalhava (Am 8, 5), promoviam-se banquetes familiares de caráter religioso (1Sm 20, 5 - 26), ofereciam-se sacrifícios (Nm 28, 11 - 15; Is 1, 12s; Os 2, 13), consultava-se a Deus (2Rs 4, 23) e o luto e o jejum eram interrompidos (Jt 8, 5s).
Luz
Deus criou a luz natural, o dia, o sol, a lua e as estrelas (Gn 1, 3; Gn 1, 5; Gn 1, 16 - 18). Em sentido simbólico, a luz identifica-se com a vida (Jó 3, 20; Jó 38, 15) e a proteção divina (Jó 29, 3; Sl 27, 1). A luz é o lugar da felicidade, da vida; as trevas, o lugar da infelicidade e da morte (Jó 30, 26; Is 8, 21 - 9, 2) A luz simboliza a glória divina (Ex 13, 21; Br 5, 9), inacessível ao homem (1Tm 6, 16). A luz é símbolo de Cristo (Jo 8, 12). Diante de Cristo que é luz é preciso optar (Rm 13, 12 - 14; Jo 3, 17 - 21). Os homens são filhos da luz e filhos das trevas, cegos e videntes (1Jo 1, 5 - 7; 1Jo 2, 9s; Ef 5, 7 - 18; Jo 12, 36).
Os cristãos são chamados "filhos da luz" por terem recebido a graça e a luz da verdade, que devem difundir pelo bom exemplo (Mt 5, 14; Ef 5, 8). A conversão é iluminação (Is 2, 5; At 26, 17s; 2Cor 6, 14 - 16; Mt 5, 13 - 16).
Montanha
Em oposição ao Egito e à Babilônia, a Palestina é uma região de montanhas; por isso, a expressão "subir do Egito" ou "subir a Jerusalém". Montanhas caracterizam a região da Judéia, Samaria e Galiléia em oposição à planície costeira do Mediterrâneo.
A montanha é considerada habitação da divindade. Por isso os santuários se localizavam muitas vezes no topo dos montes (lugares altos).
Foi nos montes Sinai (Dt 33, 2) e Tabor (Mt 17, 1 - 8) que Deus se revelou. A colina de Sião, sobre a qual estão Jerusalém e o templo, é a montanha "onde o Senhor habitará para sempre" (Sl 68, 17) e implantará seu reino escatológico (Is 2, 2 - 5).
Mundo
A palavra tem várias significações:
O universo, ou cosmo (Sl 24, 1). A idéia que os escritores bíblicos tinham do mundo era a dos homens de seu tempo. Concebiam-no como uma casa com três divisões: uma gruta, o Xeol; um "rés-do-chão", a terra firme, morada do homem, colocada sobre o grande abismo (1Sm 2, 8; 1Cr 16, 30; Sl 24, 2; Jó 38, 4), apoiada em quatro colunas (1Sm 2, 8; Is 24, 18; Is 40, 21; Jr 31, 37; Mq 6, 2; Sl 18, 16; Jó 9, 6), e coberta pela abóbada do firmamento (Gn 1, 14 - 18) no qual Deus dependurou as estrelas (Gn 1,16; Jos 10, 12s; Si 46, 4) e sobre o qual havia um mar de águas doces (Gn 7, 11; Gn 8, 2; Is 24, 18; Ml 3, 10); um primeiro andar - o céu, a morada de Deus.
O judaísmo distingue o mundo presente, sujeito à corrupção, ao pecado (Is 13, 11 - 13; Jo 14, 27; 1Cor 1, 20s), e o mundo vindouro que corresponde ao reino de Deus (Jo 13, 1; Jo 16, 28; 1Cor 6, 2).
Mundo é também tudo que se opõe a Deus e a Cristo (Jo 1, 10; Ef 2, 2). Deus, porém, ama o mundo e enviou seu Filho para salvar a todos que nele crerem (Jo 3, 16).
Nuvem
Em muitas religiões as nuvens pertencem à esfera do divino. Por isso, são elementos integrantes das teofanias ou aparições divinas. A coluna de nuvens é a presença divina que acompanha e protege os israelitas na saída do Egito (Ex 13, 21). Nuvens envolvem o monte Sinai (Ex 19, 16) e uma nuvem envolve a tenda da reunião (Nm 9, 15 - 23 e nota), a cena da transfiguração e a da ascensão de Jesus (Lc 9, 34; At 1, 9). Quando Cristo voltar, na segunda vinda, virá sobre as nuvens do céu (Mc 14, 62).
Oceano
O "oceano primordial", "abismo (das águas)" é a massa de águas que, segundo a cosmologia antiga, envolve a terra seca, está debaixo da terra e acima da abóbada celeste. No dilúvio foram abertas as fontes que controlam as águas das profundezas e as comportas do firmamento do céu (Gn 7, 11). Mas o Criador, que habita acima das águas, pôs um limite para que as águas não voltassem a ameaçar as criaturas (Gn 9, 11; Sl 104, 3 - 9).
O oceano, portanto, não é mais aquela força que nos mitos da Mesopotâmia (tiamat) se opõe a Deus: "Tudo quanto o Senhor quis ele o fez no céu e na terra, nos mares e em todos os oceanos" (Sl 135, 6). Ele controla a fúria do oceano, punindo os inimigos e salvando o seu povo (Ex 15, 5; Ex 15, 8).
Serpente
Havia muitas serpentes venenosas na Palestina (Am 5, 19; Pr 30, 19; Sl 140, 4). Segundo a opinião popular alimentavam-se de pó (Gn 3, 14; Mq 7, 17; Is 65, 25).
Os israelitas associavam serpentes e espíritos maus. Ela era símbolo do mal e da desgraça (Gn 3, 1 - 5; Is 27, 1; Jó 3,8), da falsidade (Gn 49, 17), da astúcia (Gn 3, 1; Mt 3, 7; Mt 10, 16; Mt 23, 33); constituindo, por isso, um perigo mortal (Eclo 21, 2; Pr 23, 32).
Também em Israel havia encantadores de serpentes (Sl 58, 5s; Jr 8, 17; Ecl 10, 11; Eclo12, 13; Tg 3, 7).
Entre os orientais, certas serpentes são adoradas, como deuses da fecundidade e transmissores da vida (emblemas fálicos). Por isso, no templo se adorava a serpente de bronze (Nm 21, 4 - 9; 2Rs 18, 4; Sb 16, 7). Cristo, pendurado na árvore da morte (a cruz) é a serpente que dá a vida (Jo 8, 28; Jo 12, 32s), vencendo a serpente que se pendurara na "árvore da vida" (Gn 3, 1s).
Tempo
A eternidade é o "tempo" de Deus: Ele existia antes de qualquer criatura (Jr 1, 5; 2Tm 1, 9; Sl 89, 2; 1Cor 2, 7); e existirá depois (Ap 21, 6; Ap 22, 13).
O tempo de Israel decorre entre a libertação do Egito e o "dia de Javé" (Is 13, 6 - 11; Am 5, 18 - 20; Ez 7, 5 - 10; Zc 12 - 14).
No NT, o "século presente", o reino de Satã, estende-se desde a Criação até a Parusia (Rm 12, 2; 1Cor 10, 11; Gl 1, 4; Hb 9, 26). Opõe-se ao "século futuro", o Reino de Deus, que não terá fim (Ap 14, 1 - 5; Ap 21, 2; Ap 22, 5; Rm 8, 18 - 23; Hb 6, 5). Entre a Redenção e o "século futuro" decorre o "tempo favorável" da conversão (Rm 13, 11s; 2Cor 6, 1s; Tt 2, 11 - 14). É um tempo breve, um tempo de prova (1Pd 1, 6; 2Cor 6, 1 - 10; Col 4, 5; Ef 5, 16; Jo 16, 16 - 22).
Nenhum cálculo humano pode fixar o tempo determinado por Deus (Mt 12, 38s; Mt 16, 1 - 4; At 1, 1 - 7).
Trevas
A ausência de luz, ou escuridão, simboliza o afastamento de Deus e de sua salvação. Ao criar o mundo Deus triunfou sobre as trevas (Gn 1, 2; Is 45, 7). As trevas significam a desgraça (Ex 10, 21 - 23; Ex 14, 20; Am 5, 18), o reino de Satanás e do pecado (At 26, 18; Ef 6, 12). O homem tem que se decidir entre o reino das trevas e o da luz (Jo 1, 5; Jo 3, 19; Jo 8, 12). Quem ama o próximo, caminha na luz (1Jo 1, 6; 1Jo 2, 9 - 11).
Vinha
A Terra Prometida era uma vinha (Nm 13, 20 - 26; Is 27, 2 - 5). O povo de Israel é uma videira transplantada do Egito (Sl 80, 9 - 19). A restauração de Israel é uma nova plantação da vinha (Am 9, 13 - 15; Os 14, 5 - 10).
A festa dos Tabernáculos é a festa da colheita da uva (Lv 23, 40; 2Mc 10, 7); mas esta acabará, porque a vinha não dará mais fruto (Is 5, 1 - 30; Jr 8, 13 - 17).
Israel é uma vinha estéril (Is 5, 1 - 7); por isso, Deus escolherá uma nova vinha (Mt 20, 1 - 16; Mt 21, 28 - 46) que é Cristo (Jo 15, 1 - 12).
Cristo, nova Videira, dá o vinho novo da sabedoria (Pr 9,1-5 Is 55,1s; Jn 2,1-11 Mc 2,22 Mt 26,29).
Fonte: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/f5v.htm
Outros versículos identificados por mim (Sempre em atualização):
A importância das plantas (Gn 1, 11s; Gn 1, 29 - 30; Gn 2, 9; Gn 3, 22s; Dt 20, 19s; Sl 104, 13 - 18).
A importância da água (Ex 7, 24 [lençol freático]; );
Os animais e sua relação com o homem (Gn 1, 20 - 30; Gn 2, 19s; Gn 6, 19 - 21; Gn 9, 2 - 5; Nm 22, 22 - 35; 1Rs 17, 6; Jn 2, 3 - 7; Jó 38, 39 - 39, 30; Jó 40, 15 - 41, 26; Sl 147, 9; Mc 1, 13; Mt 6, 26; Ac 28, 3 - 6; Ex 10, 15 [migração de colônias de gafanhotos]; Nm 11, 31; );
Os animais e sua relação com o homem (Gn 1, 20 - 30; Gn 2, 19s; Gn 6, 19 - 21; Gn 9, 2 - 5; Nm 22, 22 - 35; 1Rs 17, 6; Jn 2, 3 - 7; Jó 38, 39 - 39, 30; Jó 40, 15 - 41, 26; Sl 147, 9; Mc 1, 13; Mt 6, 26; Ac 28, 3 - 6; Ex 10, 15 [migração de colônias de gafanhotos]; Nm 11, 31; );
Ciclos biogeoquímicos (Jó 14, 7-9; 11; 18-19; );
Geomorfologia: processos erosivos, movimentos de massa, inundações, movimentos tectônicos, (Nm 16, 30 [dolina/terremoto]; Ex 10,5 [inundações]; );
Geologia: minerais (Jó 28, 2; )
Doutrina Social da Igreja
CAPÍTULO X
SALVAGUARDAR O AMBIENTEI. ASPECTOS BÍBLICOS
451. A experiência viva da presença divina na história é o fundamento da fé do povo de Deus: «Éramos escravos do Faraó no Egito, e o Senhor nos tirou do Egito com mão forte» (Dt 6,21). A reflexão sobre a história permite reassumir o passado e descobrir a obra de Deus nas próprias raízes: «Meu pai era um Arameu errante» (Dt 26,5); de Deus que pode dizer ao Seu povo: «Eu tirei Abraão vosso pai, do outro lado do rio» (Js 24,3). É uma reflexão que permite olhar com confiança para o futuro, graças à promessa e à aliança que Deus renova continuamente: «sereis para mim a porção escolhida entre todos os povos» (Ex 19,5).
A fé de Israel vive no tempo e no espaço deste mundo, visto não como um ambiente hostil ou um mal da qual libertar-se, mas freqüentemente como o próprio dom de Deus, o lugar e o projeto que Ele confia à responsável direção e operosidade do homem. A natureza, obra da criação divina, não é uma perigosa concorrente. Deus, que fez todas as coisas, viu que cada uma delas «... era coisa boa» (Gn 1,4.10.12.18.21.25). No vértice da Sua criação, como «coisa muito boa» (Gn 1,31), o Criador coloca o homem. Só o homem e a mulher, entre todas as criaturas, foram queridos por Deus «a sua imagem» (Gn 1,27): a eles o Senhor confia a responsabilidade sobre toda a criação, a tarefa de tutelar a harmonia e o desenvolvimento (cf. Gn 1,26-30). O liame especial com Deus explica a privilegiada posição do casal humano na ordem da criação.
452. A relação do homem com o mundo é um elemento constitutivo da identidade humana. Trata-se de uma relação que nasce como fruto da relação, ainda mais profunda, do homem com Deus. O Senhor quis o ser humano como Seu interlocutor: somente no diálogo com Deus a criatura humana encontra a própria verdade, da qual extrai inspiração e normas para projetar a história no mundo, um jardim que Deus lhe deu para que seja cultivado e guardado (cf. Gn 2,15). Nem o pecado elimina tal tarefa, mesmo agravando com dor e sofrimento a nobreza do trabalho (cf. Gn 3,17-19).
A criação é sempre objeto do louvor na oração de Israel: «Como são numerosas, Senhor, tuas obras! Tudo fizeste com sabedoria» (Sl 104,24). A salvação é entendida como uma nova criação, que restabelece aquela harmonia e aquela potencialidade de crescimento que o pecado comprometeu: «Vou criar novo céu e nova terra» (Is 65, 17) — diz o Senhor ―« então, o deserto se mudará em vergel ... e a justiça reinará no vergel ... o meu poso habitará em mansão serena» (Is 32, 15-18).
453. A salvação definitiva, que Deus oferece a toda a humanidade mediante o Seu próprio Filho, não se atua fora deste mundo. Mesmo ferido pelo pecado, este é destinado a conhecer uma purificação radical (cf. 2 Pe 3,10) da qual saíra renovado (cf. Is 65, 17; 66, 22; Ap 21, 1), transformado finalmente no lugar onde «habitará a justiça» (cf. 2 Pe 3, 13).
No Seu ministério público Jesus valoriza os elementos naturais. Da natureza Ele é não só sábio interprete nas imagens que dela costuma oferecer e nas parábolas, mas também Senhor (cf. o episódio da tempestade sedada acalmada em Mt 14, 22-33; Mc 6, 45-52; Lc 8, 22-25; Jo 6, 16-21): o Senhor a coloca ao serviço de Seu desígnio redentor. Ele chama os Seus discípulos contemplar as coisas, as estações e os homens com a confiança dos filhos que sabem não poder ser abandonados por um Pai providente (cf. Lc 11, 11-13). Longe de se tornar escravo das coisas, o discípulo de Cristo deve saber servir-se delas para criar partilha e fraternidade (cf. Lc 16, 9-13).
454. O ingresso de Jesus Cristo na história do mundo culmina na Páscoa, onde a mesma natureza participa do drama do Filho de Deus rejeitado e da vitória da Ressurreição (cf. Mt 27, 45.51; 28, 2). Atravessando a morte e nela inserindo a novidade resplendente da Ressurreição, Jesus inaugura um mundo novo no qual tudo é submetido a Ele (cf 1 Cor 15,20-28) e restabelece aquela relação de ordem e harmonia que o pecado havia destruído. A consciência dos desequilíbrios entre o homem e a natureza de ser acompanhada pelo conhecimento de que, em Jesus, se realizou a reconciliação do homem e do mundo com Deus, de sorte que cada ser humano consciente do Amor divino, pode reencontrar a paz perdida: «Todo aquele que está em Cristo é uma criatura nova. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo» (2 Cor 5,17). A natureza, que fora criada no Verbo, por meio do mesmo Verbo, feito carne, foi reconciliada com Deus e pacificada (Cf. Col 1,15-20).
455. Não apenas a interioridade do homem é sanada, mas toda a sua corporeidade é tocada pela força redentora de Cristo; a criação inteira toma parte na renovação que brota da Páscoa do Senhor, mesmo entre gemidos das dores do parto (cf. Rm 8, 19-23), à espera de dar à luz «um novo céu e uma nova terra» (Ap 21, 1) que são o dom do fim dos tempos, da salvação acabada. Nesse meio tempo, nada é estranho a tal salvação: em qualquer condição de vida, o cristão é chamado a servir a Cristo, a viver segundo o seu Espírito, deixando-se guiar pelo amor, princípio de uma vida nova, que restitui o mundo e o homem ao projeto das suas origens: «... o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro. Tudo é vosso! Mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 22-23).
A fé de Israel vive no tempo e no espaço deste mundo, visto não como um ambiente hostil ou um mal da qual libertar-se, mas freqüentemente como o próprio dom de Deus, o lugar e o projeto que Ele confia à responsável direção e operosidade do homem. A natureza, obra da criação divina, não é uma perigosa concorrente. Deus, que fez todas as coisas, viu que cada uma delas «... era coisa boa» (Gn 1,4.10.12.18.21.25). No vértice da Sua criação, como «coisa muito boa» (Gn 1,31), o Criador coloca o homem. Só o homem e a mulher, entre todas as criaturas, foram queridos por Deus «a sua imagem» (Gn 1,27): a eles o Senhor confia a responsabilidade sobre toda a criação, a tarefa de tutelar a harmonia e o desenvolvimento (cf. Gn 1,26-30). O liame especial com Deus explica a privilegiada posição do casal humano na ordem da criação.
452. A relação do homem com o mundo é um elemento constitutivo da identidade humana. Trata-se de uma relação que nasce como fruto da relação, ainda mais profunda, do homem com Deus. O Senhor quis o ser humano como Seu interlocutor: somente no diálogo com Deus a criatura humana encontra a própria verdade, da qual extrai inspiração e normas para projetar a história no mundo, um jardim que Deus lhe deu para que seja cultivado e guardado (cf. Gn 2,15). Nem o pecado elimina tal tarefa, mesmo agravando com dor e sofrimento a nobreza do trabalho (cf. Gn 3,17-19).
A criação é sempre objeto do louvor na oração de Israel: «Como são numerosas, Senhor, tuas obras! Tudo fizeste com sabedoria» (Sl 104,24). A salvação é entendida como uma nova criação, que restabelece aquela harmonia e aquela potencialidade de crescimento que o pecado comprometeu: «Vou criar novo céu e nova terra» (Is 65, 17) — diz o Senhor ―« então, o deserto se mudará em vergel ... e a justiça reinará no vergel ... o meu poso habitará em mansão serena» (Is 32, 15-18).
453. A salvação definitiva, que Deus oferece a toda a humanidade mediante o Seu próprio Filho, não se atua fora deste mundo. Mesmo ferido pelo pecado, este é destinado a conhecer uma purificação radical (cf. 2 Pe 3,10) da qual saíra renovado (cf. Is 65, 17; 66, 22; Ap 21, 1), transformado finalmente no lugar onde «habitará a justiça» (cf. 2 Pe 3, 13).
No Seu ministério público Jesus valoriza os elementos naturais. Da natureza Ele é não só sábio interprete nas imagens que dela costuma oferecer e nas parábolas, mas também Senhor (cf. o episódio da tempestade sedada acalmada em Mt 14, 22-33; Mc 6, 45-52; Lc 8, 22-25; Jo 6, 16-21): o Senhor a coloca ao serviço de Seu desígnio redentor. Ele chama os Seus discípulos contemplar as coisas, as estações e os homens com a confiança dos filhos que sabem não poder ser abandonados por um Pai providente (cf. Lc 11, 11-13). Longe de se tornar escravo das coisas, o discípulo de Cristo deve saber servir-se delas para criar partilha e fraternidade (cf. Lc 16, 9-13).
454. O ingresso de Jesus Cristo na história do mundo culmina na Páscoa, onde a mesma natureza participa do drama do Filho de Deus rejeitado e da vitória da Ressurreição (cf. Mt 27, 45.51; 28, 2). Atravessando a morte e nela inserindo a novidade resplendente da Ressurreição, Jesus inaugura um mundo novo no qual tudo é submetido a Ele (cf 1 Cor 15,20-28) e restabelece aquela relação de ordem e harmonia que o pecado havia destruído. A consciência dos desequilíbrios entre o homem e a natureza de ser acompanhada pelo conhecimento de que, em Jesus, se realizou a reconciliação do homem e do mundo com Deus, de sorte que cada ser humano consciente do Amor divino, pode reencontrar a paz perdida: «Todo aquele que está em Cristo é uma criatura nova. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo» (2 Cor 5,17). A natureza, que fora criada no Verbo, por meio do mesmo Verbo, feito carne, foi reconciliada com Deus e pacificada (Cf. Col 1,15-20).
455. Não apenas a interioridade do homem é sanada, mas toda a sua corporeidade é tocada pela força redentora de Cristo; a criação inteira toma parte na renovação que brota da Páscoa do Senhor, mesmo entre gemidos das dores do parto (cf. Rm 8, 19-23), à espera de dar à luz «um novo céu e uma nova terra» (Ap 21, 1) que são o dom do fim dos tempos, da salvação acabada. Nesse meio tempo, nada é estranho a tal salvação: em qualquer condição de vida, o cristão é chamado a servir a Cristo, a viver segundo o seu Espírito, deixando-se guiar pelo amor, princípio de uma vida nova, que restitui o mundo e o homem ao projeto das suas origens: «... o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro. Tudo é vosso! Mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 22-23).
II. O HOMEM E O UNIVERSO DAS COISAS
456. A visão bíblica inspira as atitudes dos cristãos em relação ao uso da terra, assim como ao desenvolvimento da ciência e da técnica. O Concílio Vaticano II afirma que o homem «tem razão o homem, participante da luz da inteligência divina, quando afirma que, pela inteligência é superior ao universo material» [946]; os Padres Conciliares reconhecem os progressos feitos graças à aplicação incansável do engenho humano ao longo dos séculos, nas ciências empíricas, nas artes técnicas e nas disciplinas liberais [947]. O homem hoje, «graças sobretudo à ciência e à técnica, estendeu e continuamente estende o seu domínio sobre quase toda a natureza» [948].
Porque o homem, «criado à imagem de Deus, recebeu a missão de submeter a terra e todas as coisas que nela existem, de governar o mundo na justiça e na santidade, e de, reconhecendo a Deus como Criador de todas as coisas, orientar para Ele o seu ser, bem como o universo inteiro, de tal maneira que, sujeitas todas as coisas ao homem, o nome de Deus seja glorificado em toda a terra», o Concílio ensina que a «a atividade humana, individual e coletiva, ou aquele esforço gigantesco, com que os homens se atarefam ao longo dos séculos para melhorar as condições de vida, considerado em si mesmo, corresponde à vontade de Deus» [949].
457. Os resultados da ciência e da técnica são, em si mesmos, positivos: os cristãos «longe de oporem as conquistas do engenho e do esforço humano ao poder de Deus, e de considerarem a criatura racional como uma espécie de rival do Criador, (...) estão, ao contrário, bem persuadidos de que as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza divina e uma conseqüência dos Seus desígnios inefáveis» [950].
Os Padres conciliares ressaltam também o fato de que «quanto mais cresce o poder do homem, tanto mais se alarga o campo das suas responsabilidades, tanto individuais como coletivas» [951], e que toda atividade humana deve corresponder, segundo o desígnio de Deus e a Sua vontade, ao verdadeiro bem da humanidade [952]. Nesta perspectiva, o Magistério tem repetidas vezes sublinhado que a Igreja católica não se opõe de modo algum ao progresso [953], antes considera «a ciência e a tecnologia... um produto maravilhoso da criatividade humana, que é dom de Deus, uma vez que nos forneceram possibilidades maravilhosas, de que beneficiamos com ânimo agradecido» [954]. Por esta razão, «como crentes em Deus, que julgou “boa” a natureza por Ele criada, nós gozamos dos progressos técnicos e econômicos, que o homem, com a sua inteligência, consegue realizar» [955].
458. As considerações do Magistério sobre a ciência e sobre a tecnologia em geral valem também para a sua aplicação ao ambiente natural e à agricultura. A Igreja aprecia «as vantagens advêm ― e que podem advir ainda ― do estudo e das aplicações da biologia molecular, completada por outras disciplinas como a genética e a sua aplicação tecnológica na agricultura e na indústria» [956]. Efetivamente «a técnica poderia constituir, com uma reta aplicação, um precioso instrumento útil para resolver graves problemas, a começar pelos da fome e da enfermidade, mediante a produção de variedades de plantas mais progredidas e resistentes e de preciosos medicamentos» [957]. Contudo é importante reafirmar o conceito de «reta aplicação», porque «nós sabemos que este potencial não é neutro: pode ser usado tanto para o progresso do homem como para a sua degradação» [958]. Por esta razão, «é necessário... manter uma atitude de prudência e examinar com olhos atentos a natureza, a finalidade e os modos das várias formas de tecnologia aplicada» [959]. Os cientistas, portanto, devem usar «verdadeiramente as suas pesquisas e as suas capacidades técnicas em serviço da humanidade» [960], sabendo subordiná-las «aos princípios e valores morais que respeitam e realizam na sua plenitude a dignidade do homem» [961].
459. Ponto de referência central para toda aplicação científica e técnica é o respeito ao homem, que deve acompanhar uma indispensável atitude de respeito para com as demais criaturas viventes. Também quando se pensa a uma alteração delas, «é preciso ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas entre todos, num sistema ordenado» [962]. Neste sentido, as formidáveis possibilidades da pesquisa biológica suscitam profunda inquietude, porquanto «ainda não se esteja em condições de avaliar as perturbações provocadas na natureza por uma indiscriminada manipulação genética e pelo imprudente desenvolvimento de novas plantas e de novas formas de vida animal, para não falar já de inaceitáveis intervenções sobre as origens da própria vida humana» [963].
Efetivamente, «já se verificou, porém, que a aplicação de algumas dessas descobertas no campo industrial e agrícola, a longo prazo produzem efeitos negativos. Isto pôs cruamente em evidência que toda e qualquer intervenção numa área determinada do ecossistema não pode prescindir da considerarão das suas conseqüências noutras áreas e, em geral, das conseqüências no bem-estar das futuras gerações» [964].
460. O homem não deve, portanto, esquecer que «a sua capacidade de transformar e, de certo modo, criar o mundo com o próprio trabalho ... se desenrola sempre sobre a base da doação originária das coisas por parte de Deus» [965]. Ele não deve «dispor arbitrariamente da terra, submetendo-a sem reservas à sua vontade, como se ela não possuísse uma forma própria e um destino anterior que Deus lhe deu, e que o homem pode, sim, desenvolver, mas não deve trair» [966]. Quando se comporta deste modo, «em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta da natureza, mais tiranizada que governada por ele» [967] .
Se o homem intervém na natureza sem abusar e sem danificá-la, se pode dizer que «intervém não para modificar a natureza mas para a ajudar a desenvolver-se segundo a sua essência, aquela da criação, a mesma querida por Deus. Trabalhando neste campo, evidentemente delicado, o investigador adere ao desígnio de Deus. Aprouve a Deus que o homem fosse o rei da criação» [968]. No fundo é o próprio Deus que oferece ao homem a honra de cooperar com todas as forças da inteligência na obra da criação.
Porque o homem, «criado à imagem de Deus, recebeu a missão de submeter a terra e todas as coisas que nela existem, de governar o mundo na justiça e na santidade, e de, reconhecendo a Deus como Criador de todas as coisas, orientar para Ele o seu ser, bem como o universo inteiro, de tal maneira que, sujeitas todas as coisas ao homem, o nome de Deus seja glorificado em toda a terra», o Concílio ensina que a «a atividade humana, individual e coletiva, ou aquele esforço gigantesco, com que os homens se atarefam ao longo dos séculos para melhorar as condições de vida, considerado em si mesmo, corresponde à vontade de Deus» [949].
457. Os resultados da ciência e da técnica são, em si mesmos, positivos: os cristãos «longe de oporem as conquistas do engenho e do esforço humano ao poder de Deus, e de considerarem a criatura racional como uma espécie de rival do Criador, (...) estão, ao contrário, bem persuadidos de que as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza divina e uma conseqüência dos Seus desígnios inefáveis» [950].
Os Padres conciliares ressaltam também o fato de que «quanto mais cresce o poder do homem, tanto mais se alarga o campo das suas responsabilidades, tanto individuais como coletivas» [951], e que toda atividade humana deve corresponder, segundo o desígnio de Deus e a Sua vontade, ao verdadeiro bem da humanidade [952]. Nesta perspectiva, o Magistério tem repetidas vezes sublinhado que a Igreja católica não se opõe de modo algum ao progresso [953], antes considera «a ciência e a tecnologia... um produto maravilhoso da criatividade humana, que é dom de Deus, uma vez que nos forneceram possibilidades maravilhosas, de que beneficiamos com ânimo agradecido» [954]. Por esta razão, «como crentes em Deus, que julgou “boa” a natureza por Ele criada, nós gozamos dos progressos técnicos e econômicos, que o homem, com a sua inteligência, consegue realizar» [955].
458. As considerações do Magistério sobre a ciência e sobre a tecnologia em geral valem também para a sua aplicação ao ambiente natural e à agricultura. A Igreja aprecia «as vantagens advêm ― e que podem advir ainda ― do estudo e das aplicações da biologia molecular, completada por outras disciplinas como a genética e a sua aplicação tecnológica na agricultura e na indústria» [956]. Efetivamente «a técnica poderia constituir, com uma reta aplicação, um precioso instrumento útil para resolver graves problemas, a começar pelos da fome e da enfermidade, mediante a produção de variedades de plantas mais progredidas e resistentes e de preciosos medicamentos» [957]. Contudo é importante reafirmar o conceito de «reta aplicação», porque «nós sabemos que este potencial não é neutro: pode ser usado tanto para o progresso do homem como para a sua degradação» [958]. Por esta razão, «é necessário... manter uma atitude de prudência e examinar com olhos atentos a natureza, a finalidade e os modos das várias formas de tecnologia aplicada» [959]. Os cientistas, portanto, devem usar «verdadeiramente as suas pesquisas e as suas capacidades técnicas em serviço da humanidade» [960], sabendo subordiná-las «aos princípios e valores morais que respeitam e realizam na sua plenitude a dignidade do homem» [961].
459. Ponto de referência central para toda aplicação científica e técnica é o respeito ao homem, que deve acompanhar uma indispensável atitude de respeito para com as demais criaturas viventes. Também quando se pensa a uma alteração delas, «é preciso ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas entre todos, num sistema ordenado» [962]. Neste sentido, as formidáveis possibilidades da pesquisa biológica suscitam profunda inquietude, porquanto «ainda não se esteja em condições de avaliar as perturbações provocadas na natureza por uma indiscriminada manipulação genética e pelo imprudente desenvolvimento de novas plantas e de novas formas de vida animal, para não falar já de inaceitáveis intervenções sobre as origens da própria vida humana» [963].
Efetivamente, «já se verificou, porém, que a aplicação de algumas dessas descobertas no campo industrial e agrícola, a longo prazo produzem efeitos negativos. Isto pôs cruamente em evidência que toda e qualquer intervenção numa área determinada do ecossistema não pode prescindir da considerarão das suas conseqüências noutras áreas e, em geral, das conseqüências no bem-estar das futuras gerações» [964].
460. O homem não deve, portanto, esquecer que «a sua capacidade de transformar e, de certo modo, criar o mundo com o próprio trabalho ... se desenrola sempre sobre a base da doação originária das coisas por parte de Deus» [965]. Ele não deve «dispor arbitrariamente da terra, submetendo-a sem reservas à sua vontade, como se ela não possuísse uma forma própria e um destino anterior que Deus lhe deu, e que o homem pode, sim, desenvolver, mas não deve trair» [966]. Quando se comporta deste modo, «em vez de realizar o seu papel de colaborador de Deus na obra da criação, o homem substitui-se a Deus, e deste modo acaba por provocar a revolta da natureza, mais tiranizada que governada por ele» [967] .
Se o homem intervém na natureza sem abusar e sem danificá-la, se pode dizer que «intervém não para modificar a natureza mas para a ajudar a desenvolver-se segundo a sua essência, aquela da criação, a mesma querida por Deus. Trabalhando neste campo, evidentemente delicado, o investigador adere ao desígnio de Deus. Aprouve a Deus que o homem fosse o rei da criação» [968]. No fundo é o próprio Deus que oferece ao homem a honra de cooperar com todas as forças da inteligência na obra da criação.
III. A CRISE NA RELAÇÃO HOMEM-AMBIENTE
461. A mensagem bíblica e o Magistério eclesial constituem os pontos de referência parâmetro para avaliar os problemas que se põem nas relações entre o homem e o ambiente [969]. Na origem de tais problemas pode identificar-se a pretensão de exercitar um domínio incondicional sobre as coisas por parte do homem, um homem desatento àquelas considerações de ordem moral que devem caracterizar cada atividade humana.
A tendência à «exploração inconsiderada» [970] dos recursos da criação é o resultado de um longo processo histórico e cultural: «A época moderna registrou uma capacidade crescente de intervenção transformadora por parte do homem. O aspecto de conquista e de exploração dos recursos tornou-se predominante e invasivo, e hoje chega a ameaçar a própria capacidade acolhedora do ambiente: o ambiente como “recurso” corre o perigo de ameaçar o ambiente como “casa”. Por causa dos poderosos meios de transformação, oferecidos pela civilização tecnológica, parece às vezes que o equilíbrio homem-ambiente tenha alcançado um ponto crítico» [971].
462. A natureza aparece assim como um instrumento nas mãos do homem, uma realidade que ele deve constantemente manipular, especialmente mediante a tecnologia. A partir do pressuposto, que se revelou errado, de que existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração seja possível de imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser facilmente absorvidos, se difundiu uma concepção redutiva que lê o mundo natural em chave mecanicista e o desenvolvimento em chave consumista; o primado atribuído ao fazer e ao ter mais do que ao ser causa graves formas de alienação humana [972].
Uma semelhante postura não deriva da pesquisa científica e tecnológica, mas de uma ideologia cientificista e tecnocrática que tende a condicioná-la. A ciência e a técnica, com o seu progresso, não eliminam a necessidade de transcendência e não são de per si causa da secularização exasperada que conduz ao niilismo: enquanto avançam em seu caminho, suscitam interrogações sobre o seu sentido e fazem crescer a necessidade de respeitar a dimensão transcendente da pessoa humana e da própria criação.
463. Uma correta concepção do ambiente, se de um lado não pode reduzir de forma utilitarista a natureza mero objeto de manipulação e desfrute, por outro lado não pode absolutizar a natureza e sobrepô-la em dignidade à própria pessoa humana. Neste último caso, chega-se ao ponto de divinizar a natureza ou a terra, como se pode facilmente divisar em alguns movimentos ecologistas que querem que se dê um perfil institucional internacionalmente garantido às suas concepções [973].
O Magistério tem motivado a sua contrariedade a uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, porque «se propõe eliminar a diferença ontológica e axiológica entre o homem e os outros seres vivos, considerando a biosfera como uma unidade biótica de valor indiferenciado. Chega-se assim a eliminar a superior responsabilidade do homem, em favor de uma consideração igualitária da “dignidade” de todos os seres vivos» [974].
464. Uma visão do homem e das coisas desligadas de qualquer referência à transcendência conduziu a negação do conceito de criação e a atribuir ao homem e à natureza uma existência completamente autônoma. O liame que une o mundo a Deus foi assim quebrado: tal ruptura terminou por desancorar do mundo também do homem e, mais radicalmente, empobreceu sua mesma identidade. O ser humano viu-se a considerar-se alheio ao contexto ambiental em que vive. É bem clara a conseqüência que daí decorre: «a relação que o homem tem com Deus é que determina a relação do homem com os seus semelhantes e com o seu ambiente. Eis por que a cultura cristã sempre reconheceu nas criaturas, que circundam o homem, outros tantos dons de Deus que devem ser cultivados e conservados, com sentido de gratidão para com o Criador. Em particular, as espiritualidades beneditina e franciscana têm testemunhado esta espécie de parentesco do homem com o ambiente da criação, alimentando nele uma atitude de respeito para com toda a realidade do mundo circunstante» [975]. Há que se ressaltar principalmente a profunda conexão existente entre ecologia ambiental e «ecologia humana» [976].
465. O Magistério enfatiza a responsabilidade humana de preservar um ambiente íntegro e saudável para todos [977]: «A humanidade de hoje, se conseguir conjugar as novas capacidades científicas com uma forte dimensão ética, será certamente capaz de promover o ambiente como casa e como recurso, em favor do homem e de todos os homens; será capaz de eliminar os fatores de poluição, de assegurar condições de higiene e de saúde adequadas, tanto para pequenos grupos como para vastos aglomerados humanos. A tecnologia que polui pode também despoluir, a produção que acumula pode distribuir de modo equitativo, com a condição de que prevaleça a ética do respeito pela vida e a dignidade do homem, pelos direitos das gerações humanas presentes e daquelas vindouras» [978].
A tendência à «exploração inconsiderada» [970] dos recursos da criação é o resultado de um longo processo histórico e cultural: «A época moderna registrou uma capacidade crescente de intervenção transformadora por parte do homem. O aspecto de conquista e de exploração dos recursos tornou-se predominante e invasivo, e hoje chega a ameaçar a própria capacidade acolhedora do ambiente: o ambiente como “recurso” corre o perigo de ameaçar o ambiente como “casa”. Por causa dos poderosos meios de transformação, oferecidos pela civilização tecnológica, parece às vezes que o equilíbrio homem-ambiente tenha alcançado um ponto crítico» [971].
462. A natureza aparece assim como um instrumento nas mãos do homem, uma realidade que ele deve constantemente manipular, especialmente mediante a tecnologia. A partir do pressuposto, que se revelou errado, de que existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados, que a sua regeneração seja possível de imediato e que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural podem ser facilmente absorvidos, se difundiu uma concepção redutiva que lê o mundo natural em chave mecanicista e o desenvolvimento em chave consumista; o primado atribuído ao fazer e ao ter mais do que ao ser causa graves formas de alienação humana [972].
Uma semelhante postura não deriva da pesquisa científica e tecnológica, mas de uma ideologia cientificista e tecnocrática que tende a condicioná-la. A ciência e a técnica, com o seu progresso, não eliminam a necessidade de transcendência e não são de per si causa da secularização exasperada que conduz ao niilismo: enquanto avançam em seu caminho, suscitam interrogações sobre o seu sentido e fazem crescer a necessidade de respeitar a dimensão transcendente da pessoa humana e da própria criação.
463. Uma correta concepção do ambiente, se de um lado não pode reduzir de forma utilitarista a natureza mero objeto de manipulação e desfrute, por outro lado não pode absolutizar a natureza e sobrepô-la em dignidade à própria pessoa humana. Neste último caso, chega-se ao ponto de divinizar a natureza ou a terra, como se pode facilmente divisar em alguns movimentos ecologistas que querem que se dê um perfil institucional internacionalmente garantido às suas concepções [973].
O Magistério tem motivado a sua contrariedade a uma concepção do ambiente inspirada no ecocentrismo e no biocentrismo, porque «se propõe eliminar a diferença ontológica e axiológica entre o homem e os outros seres vivos, considerando a biosfera como uma unidade biótica de valor indiferenciado. Chega-se assim a eliminar a superior responsabilidade do homem, em favor de uma consideração igualitária da “dignidade” de todos os seres vivos» [974].
464. Uma visão do homem e das coisas desligadas de qualquer referência à transcendência conduziu a negação do conceito de criação e a atribuir ao homem e à natureza uma existência completamente autônoma. O liame que une o mundo a Deus foi assim quebrado: tal ruptura terminou por desancorar do mundo também do homem e, mais radicalmente, empobreceu sua mesma identidade. O ser humano viu-se a considerar-se alheio ao contexto ambiental em que vive. É bem clara a conseqüência que daí decorre: «a relação que o homem tem com Deus é que determina a relação do homem com os seus semelhantes e com o seu ambiente. Eis por que a cultura cristã sempre reconheceu nas criaturas, que circundam o homem, outros tantos dons de Deus que devem ser cultivados e conservados, com sentido de gratidão para com o Criador. Em particular, as espiritualidades beneditina e franciscana têm testemunhado esta espécie de parentesco do homem com o ambiente da criação, alimentando nele uma atitude de respeito para com toda a realidade do mundo circunstante» [975]. Há que se ressaltar principalmente a profunda conexão existente entre ecologia ambiental e «ecologia humana» [976].
465. O Magistério enfatiza a responsabilidade humana de preservar um ambiente íntegro e saudável para todos [977]: «A humanidade de hoje, se conseguir conjugar as novas capacidades científicas com uma forte dimensão ética, será certamente capaz de promover o ambiente como casa e como recurso, em favor do homem e de todos os homens; será capaz de eliminar os fatores de poluição, de assegurar condições de higiene e de saúde adequadas, tanto para pequenos grupos como para vastos aglomerados humanos. A tecnologia que polui pode também despoluir, a produção que acumula pode distribuir de modo equitativo, com a condição de que prevaleça a ética do respeito pela vida e a dignidade do homem, pelos direitos das gerações humanas presentes e daquelas vindouras» [978].
IV. UMA RESPONSABILIDADE COMUM
a) O ambiente, um bem coletivo
466. A tutela do ambiente constitui um desafio para toda a humanidade: trata-se do dever, comum e universal, de respeitar um bem coletivo [979], destinado a todos, impedindo que se possa fazer «impunemente uso das diversas categorias de seres, vivos ou inanimados — animais, plantas e elementos naturais — como se quiser, em função das próprias exigências» [980]. É uma responsabilidade que deve amadurecer com base na globalidade da presente crise ecológica e à conseqüente necessidade de enfrentá-la globalmente, enquanto todos os seres dependem uns dos outros na ordem universal estabelecida pelo Criador: «é preciso ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas entre todos, num sistema ordenado, qual é exatamente o cosmos» [981].
Esta perspectiva reveste uma particular importância quando se considera, no contexto dos estreitos liames que unem vários ecossistemas entre si, o valor da biodiversidade, que deve ser tratada com sentido de responsabilidade e adequadamente protegida, porque constitui uma extraordinária riqueza para a humanidade toda. A tal propósito, cada um pode facilmente advertir, por exemplo, a importância da região amazônica, «um dos espaços mais apreciados do mundo pela sua diversidade biológica, que o torna vital para o equilíbrio ambiental de todo o planeta» [982]. As florestas contribuem para manter equilíbrios naturais essenciais indispensáveis para a vida [983]. A sua destruição, também através de inconsiderados incêndios dolosos acelera o os processos de desertificação com perigosas conseqüências para as reservas de água e compromete a vida de muitos povos indígenas e o bem-estar das gerações futuras. Todos, indivíduos e sujeitos institucionais, devem sentir-se comprometidos a proteger o patrimônio florestal e, onde necessário, promover adequados programas de reflorestamento.
467. A responsabilidade em relação o ao ambiente, patrimônio comum do gênero humano, se estende não apenas às exigências do presente, mas também às do futuro: «Herdeiros das gerações passadas e beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos, temos obrigações para com todos, e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois de nós aumentar o círculo da família humana. A solidariedade universal é para nós não só um fato e um beneficio, mas também um dever» [984]. Trata-se de uma responsabilidade que as gerações presentes têm em relação às futuras [985], uma responsabilidade que pertence também a cada um dos Estados e à Comunidade Internacional.
468. A responsabilidade em relação ao ambiente deve encontrar uma tradução adequada em campo jurídico. É importante que a Comunidade Internacional elabore regras uniformes para que tal regulamentação consinta aos Estados controlar com maior eficácia as várias atividades que determinam efeitos negativos no ambiente e preservar os ecossistemas prevendo possíveis acidentes: «Compete a cada Estado, no âmbito do próprio território, a tarefa de prevenir a degradação da atmosfera e da biosfera, exercendo um controlo atento, além do mais, sobre os efeitos das novas descobertas tecnológicas e científicas; e ainda, dando aos próprios cidadãos a garantia de não estarem expostos a agentes inquinantes e a emanações tóxicas» [986].
O conteúdo jurídico do «direito a um ambiente são e seguro» [987] é fruto de uma elaboração gradual, requerida pela preocupação da opinião pública em disciplinar o uso dos bens da criação segundo as exigências do bem comum e em uma vontade comum de introduzir sanções para aqueles que poluem. As normas jurídicas, todavia, por si sós não bastam [988]; a par destas, devem amadurecer um forte senso de responsabilidade, bem como uma efetiva mudança nas mentalidades e nos estilos de vida.
469. As autoridades chamadas a tomar decisões para afrontar riscos sanitários e ambientais, às vezes, se encontram diante de situações nas quais os dados científicos disponíveis são contraditórios ou quantitativamente escassos: em tal caso pode ser oportuna uma avaliação inspirada pelo «princípio de precaução», que não comporta a aplicação de uma regra, mas uma orientação ordenada a administrar situações de incerteza. Esta manifesta a exigência de uma decisão provisória e modificável com base em novos conhecimentos que eventualmente se venham a alcançar. A decisão deve ser proporcional às providências já tomadas em vista de outros riscos. As políticas cautelatórias, baseadas no princípio de precaução, requerem que as decisões sejam baseadas em um confronto entre riscos e benefícios previsíveis para cada possível opção alternativa, inclusive a decisão de não atuar. À abordagem baseada no princípio de precaução liga-se a exigência de promover todo o esforço para adquirir conhecimentos mais aprofundados, mesmo sabendo que a ciência não pode chegar rapidamente a conclusões acerca da ausência de riscos. As circunstâncias de incerteza e a provisoriedade tornam particularmente importante a transparência no processo decisório.
470. A programação do desenvolvimento econômico deve considerar atentamente a «necessidade de respeitar a integridade e os ritmos da natureza» [989], já que os recursos naturais são limitados e alguns não são renováveis. O atual ritmo de exploração compromete seriamente a disponibilidade de alguns recursos naturais para o tempo presente e para o futuro [990]. A solução do problema ecológico exige que a atividade econômica respeite mais o ambiente, conciliando as exigências do desenvolvimento econômico com as da proteção ambiental. Toda atividade econômica que se valer dos recursos naturais deve também preocupar-se com a salvaguarda do ambiente e prever-lhe os custos, que devem ser considerados como «um item essencial dos custos da atividade econômica» [991]. Neste contexto hão de ser consideradas as relações entre a atividade humana e as mudanças climáticas que, vista a sua complexidade, devem ser oportuna e constantemente em nível científico, político e jurídico, nacional e internacional. O clima é um bem a ser protegido e exige que, no seu comportamento, os consumidores e os que exercem atividade industrial desenvolvam um maior senso de responsabilidade [992].
Uma economia respeitosa do ambiente não perseguirá unicamente o objetivo da maximização do lucro, porque a proteção ambiental não pode ser assegurada somente com base no cálculo financeiro de custos e benefícios. O ambiente é um dos bens que os mecanismos de mercado não são aptos a defender ou a promover adequadamente [993]. Todos os países, sobretudo os desenvolvidos, devem perceber como urgente a obrigação de reconsiderar as modalidades do uso dos bens naturais. A busca de inovações capazes de reduzir o impacto sobre o ambiente provocado pela produção e pelo consumo deve ser eficazmente incentivada.
Uma atenção particular deverá ser reservada às complexas problemáticas concernentes aos recursos energéticos [994]. As não renováveis, exploradas pelos países altamente industrializados e por aqueles que de recente industrialização, devem ser postas ao serviço de toda a humanidade. Em uma perspectiva moral caracterizada pela equidade e pela solidariedade entre as gerações, se deverá, outrossim, continuamente, mediante o contributo da comunidade científica, a identificar novas fontes energéticas, a desenvolver as alternativas e a elevar o nível de segurança da energia nuclear [995]. A utilização da energia, pela conexão que tem com as questões do desenvolvimento e do ambiente, chama em causa a responsabilidade política dos estados, da comunidade internacional e dos operadores econômicos; tais responsabilidades deverão ser iluminadas e guiadas pela busca contínua do bem comum universal.
471. Uma atenção especial merece a relação que os povos indígenas mantêm com a sua terra e os seus recursos: trata-se de uma expressão fundamental da sua identidade [996]. Muitos povos já perderam ou correm o risco de perder, em vantagem de potentes interesses agro-industriais ou em força dos processos de assimilação e de urbanização, as terras em que vivem [997], as quais está vinculado o próprio sentido de suas existências [998]. Os direitos dos povos indígenas devem ser oportunamente tutelados [999]. Estes povos oferecem um exemplo de vida em harmonia com o ambiente que eles aprenderam a conhecer e preservar [1000]: a sua extraordinária experiência, que é uma riqueza insubstituível para toda a humanidade, corre o risco de se perder juntamente com o ambiente do qual se origina.
b) O uso das biotecnologias
472. Nos últimos anos, se impôs com força a questão do uso das novas biotecnologias para fins ligados à agricultura, à zootecnia, à medicina e à proteção do ambiente. As novas possibilidades oferecidas pelas atuais técnicas biológicas e biogenéticas suscitam, de um lado, esperanças e entusiasmos e, de outro lado, alarme e hostilidade. As aplicações das biotecnologias, a sua liceidade do ponto de vista moral, as suas conseqüências para a saúde do homem, o seu impacto sobre o ambiente e sobre a economia, constituem objeto de estudo aprofundado e de vívido debate. Trata-se de questões controversas que envolvem cientistas e pesquisadores, políticos e legisladores, economistas e ambientalistas, produtores e consumidores. Os cristãos não ficam indiferentes a estas problemáticas, cônscios da importância dos valores em jogo [1001].
473. A visão cristã da criação comporta um juízo positivo sobre a liceidade das intervenções do homem na natureza, inclusive os outros seres vivos, e, ao mesmo tempo, uma forte chamada ao senso de responsabilidade [1002]. De fato, a natureza não é uma realidade sacra ou divina, subtraída à ação humana. É, antes, um dom oferecido pelo Criador à comunidade humana, confiado à inteligência e à responsabilidade moral do homem. Por isso ele não comete um ato ilícito quando, respeitando a ordem, a beleza e a utilidade de cada ser vivente e da sua função no ecossistema, intervém modificando-lhe algumas características e propriedades. São deploráveis as intervenções do homem quando danificam os seres viventes ou o ambiente natural, ao passo que são louváveis quando se traduzem no seu melhoramento. A liceidade do uso das técnicas biológicas e biogenéticas não esgotam toda a problemática ética: como no que concerne qualquer comportamento humano, é necessário avaliar cuidadosamente a sua real utilidade, bem como as possíveis conseqüências também em termos de riscos. No âmbito das intervenções técnico-científicas de forte e ampla incidência sobre os organismos viventes, com a possibilidade de notáveis repercussões a longo prazo, não é lícito agir com ligeireza e irresponsabilidade.
474. As modernas biotecnologias têm um forte impacto social, econômico e político, no plano local, nacional e internacional: hão de ser avaliadas de acordo com os critérios éticos que devem sempre orientar as atividades e as relações humanas no âmbito sócio-econômico e político [1003]. É necessário ter na devida conta sobretudo os critérios de justiça e solidariedade, aos quais se devem ater antes de tudo os indivíduos e os grupos que atuam na pesquisa e comercialização no campo das biotecnologias. Todavia, não se deve cair no erro de crer que a mera difusão dos benefícios ligados às novas tecnologias possa resolver todos os urgentes problemas de pobreza e de subdesenvolvimento que ainda insidiam tantos países do planeta.
475. Em um espírito de solidariedade internacional, várias medidas podem ser atuadas em relação ao uso de novas biotecnologias. Deve ser facilitado, em primeiro lugar, o intercâmbio comercial equitativo, livre de vínculos injustos. A promoção do desenvolvimento dos povos mais desfavorecidos não será porém autêntica e eficaz se se reduz ao intercâmbio de produtos. É indispensável favorecer também a maturação de uma necessária autonomia científica e tecnológica por parte daqueles mesmos povos, promovendo também os intercâmbios de conhecimentos científicos e as tecnologias bem como a transferência de tecnologias para os países em via de desenvolvimento.
476. A solidariedade comporta também uma chamada à responsabilidade que têm os países em via de desenvolvimento e em particular, os seus responsáveis políticos, em promover uma política comercial favorável aos seus povos e o intercâmbio de tecnologias capazes de melhorar as condições alimentares e sanitárias. Em tais países deve crescer o investimento na pesquisa, com especial atenção às características e às necessidades particulares do próprio território e da própria população, sobretudo levando em conta que algumas pesquisas no campo das biotecnologias, potencialmente benéficas, requerem investimentos relativamente modestos. Para este fim seria útil a criação de Organismos nacionais dedicados à proteção do bem comum mediante uma atenta gestão dos riscos.
477. Os cientistas e técnicos empenhados no setor das biotecnologias são chamados a trabalhar com inteligência e perseverança na busca de melhores soluções para os graves e urgentes problemas da alimentação e da saúde. Eles não se devem esquecer de que as suas atividades dizem respeito a materiais, viventes e não, pertencentes à humanidade como um patrimônio, destinado também às gerações futuras; para os crentes se trata de um dom recebido do Criador, confiado à inteligência e à liberdade humanas, também estas dons do Altíssimo. Saibam os cientistas empenhar as suas energias e as suas capacidades em uma busca apaixonada, guiada por uma consciência límpida e honesta [1004].
478. Os empresários e responsáveis pelas entidades públicas que se ocupam da pesquisa, da produção e do comércio dos produtos derivados das novas biotecnologias devem ter em conta não só o legítimo lucro, mas também o bem comum. Este princípio, válido para todo tipo de atividade econômica, torna-se particularmente importante quando se trata de atividades que se relacionam com a alimentação, a medicina, a proteção da saúde e do ambiente. Com as suas decisões, empresários e responsáveis pelas entidades públicas interessadas podem orientar os progressos no setor das biotecnologias para metas muito promissoras pelo que respeita a luta contra a fome, especialmente nos países mais pobres, a luta contra as doenças e a luta pela salvaguarda do ecossistema, patrimônio de todos.
479. Os políticos, os legisladores e os administradores públicos têm a responsabilidade de avaliar as potencialidades, as vantagens e os eventuais riscos conexos com o uso das biotecnologias. Não é de desejar que as suas decisões, em plano nacional ou internacional, sejam ditadas por pressões provenientes de interesses de parte. As autoridades públicas devem favorecer também uma correta informação da opinião pública e saber, em todo caso, tomar as decisões convenientes para o bem comum.
480. Também os responsáveis pela informação têm uma tarefa importante, a desempenhar com prudência e objetividade. A sociedade espera da parte deles uma informação completa e objetiva, que ajude os cidadãos a formar uma opinião correta acerca dos produtos biotecnológicos, sobretudo porque se trata de algo que lhes diz respeito diretamente enquanto possíveis consumidores. Deve-se, portanto, evitar cair na tentação de uma informação superficial, alimentada por entusiasmos fáceis ou por alarmismos injustificados.
473. A visão cristã da criação comporta um juízo positivo sobre a liceidade das intervenções do homem na natureza, inclusive os outros seres vivos, e, ao mesmo tempo, uma forte chamada ao senso de responsabilidade [1002]. De fato, a natureza não é uma realidade sacra ou divina, subtraída à ação humana. É, antes, um dom oferecido pelo Criador à comunidade humana, confiado à inteligência e à responsabilidade moral do homem. Por isso ele não comete um ato ilícito quando, respeitando a ordem, a beleza e a utilidade de cada ser vivente e da sua função no ecossistema, intervém modificando-lhe algumas características e propriedades. São deploráveis as intervenções do homem quando danificam os seres viventes ou o ambiente natural, ao passo que são louváveis quando se traduzem no seu melhoramento. A liceidade do uso das técnicas biológicas e biogenéticas não esgotam toda a problemática ética: como no que concerne qualquer comportamento humano, é necessário avaliar cuidadosamente a sua real utilidade, bem como as possíveis conseqüências também em termos de riscos. No âmbito das intervenções técnico-científicas de forte e ampla incidência sobre os organismos viventes, com a possibilidade de notáveis repercussões a longo prazo, não é lícito agir com ligeireza e irresponsabilidade.
474. As modernas biotecnologias têm um forte impacto social, econômico e político, no plano local, nacional e internacional: hão de ser avaliadas de acordo com os critérios éticos que devem sempre orientar as atividades e as relações humanas no âmbito sócio-econômico e político [1003]. É necessário ter na devida conta sobretudo os critérios de justiça e solidariedade, aos quais se devem ater antes de tudo os indivíduos e os grupos que atuam na pesquisa e comercialização no campo das biotecnologias. Todavia, não se deve cair no erro de crer que a mera difusão dos benefícios ligados às novas tecnologias possa resolver todos os urgentes problemas de pobreza e de subdesenvolvimento que ainda insidiam tantos países do planeta.
475. Em um espírito de solidariedade internacional, várias medidas podem ser atuadas em relação ao uso de novas biotecnologias. Deve ser facilitado, em primeiro lugar, o intercâmbio comercial equitativo, livre de vínculos injustos. A promoção do desenvolvimento dos povos mais desfavorecidos não será porém autêntica e eficaz se se reduz ao intercâmbio de produtos. É indispensável favorecer também a maturação de uma necessária autonomia científica e tecnológica por parte daqueles mesmos povos, promovendo também os intercâmbios de conhecimentos científicos e as tecnologias bem como a transferência de tecnologias para os países em via de desenvolvimento.
476. A solidariedade comporta também uma chamada à responsabilidade que têm os países em via de desenvolvimento e em particular, os seus responsáveis políticos, em promover uma política comercial favorável aos seus povos e o intercâmbio de tecnologias capazes de melhorar as condições alimentares e sanitárias. Em tais países deve crescer o investimento na pesquisa, com especial atenção às características e às necessidades particulares do próprio território e da própria população, sobretudo levando em conta que algumas pesquisas no campo das biotecnologias, potencialmente benéficas, requerem investimentos relativamente modestos. Para este fim seria útil a criação de Organismos nacionais dedicados à proteção do bem comum mediante uma atenta gestão dos riscos.
477. Os cientistas e técnicos empenhados no setor das biotecnologias são chamados a trabalhar com inteligência e perseverança na busca de melhores soluções para os graves e urgentes problemas da alimentação e da saúde. Eles não se devem esquecer de que as suas atividades dizem respeito a materiais, viventes e não, pertencentes à humanidade como um patrimônio, destinado também às gerações futuras; para os crentes se trata de um dom recebido do Criador, confiado à inteligência e à liberdade humanas, também estas dons do Altíssimo. Saibam os cientistas empenhar as suas energias e as suas capacidades em uma busca apaixonada, guiada por uma consciência límpida e honesta [1004].
478. Os empresários e responsáveis pelas entidades públicas que se ocupam da pesquisa, da produção e do comércio dos produtos derivados das novas biotecnologias devem ter em conta não só o legítimo lucro, mas também o bem comum. Este princípio, válido para todo tipo de atividade econômica, torna-se particularmente importante quando se trata de atividades que se relacionam com a alimentação, a medicina, a proteção da saúde e do ambiente. Com as suas decisões, empresários e responsáveis pelas entidades públicas interessadas podem orientar os progressos no setor das biotecnologias para metas muito promissoras pelo que respeita a luta contra a fome, especialmente nos países mais pobres, a luta contra as doenças e a luta pela salvaguarda do ecossistema, patrimônio de todos.
479. Os políticos, os legisladores e os administradores públicos têm a responsabilidade de avaliar as potencialidades, as vantagens e os eventuais riscos conexos com o uso das biotecnologias. Não é de desejar que as suas decisões, em plano nacional ou internacional, sejam ditadas por pressões provenientes de interesses de parte. As autoridades públicas devem favorecer também uma correta informação da opinião pública e saber, em todo caso, tomar as decisões convenientes para o bem comum.
480. Também os responsáveis pela informação têm uma tarefa importante, a desempenhar com prudência e objetividade. A sociedade espera da parte deles uma informação completa e objetiva, que ajude os cidadãos a formar uma opinião correta acerca dos produtos biotecnológicos, sobretudo porque se trata de algo que lhes diz respeito diretamente enquanto possíveis consumidores. Deve-se, portanto, evitar cair na tentação de uma informação superficial, alimentada por entusiasmos fáceis ou por alarmismos injustificados.
c) Ambiente e partilha dos bens
481. Também no campo da ecologia a doutrina social convida a ter presente que os bens da terra foram criados por Deus para ser sabiamente usados por todos: tais bens devem ser divididos com equidade, segundo a justiça e a caridade. Trata-se essencialmente de impedir a injustiça de um açambarcamento dos recursos: a avidez, seja esta individual ou coletiva, é contrária à ordem da criação [1005].Os atuais problemas ecológicos, de caráter planetário, podem ser eficazmente enfrentados somente através de uma cooperação internacional capaz de garantir uma maior coordenação do uso dos recursos da terra.
482. O princípio da destinação universal dos bens oferece uma fundamental orientação, moral e cultural, para desatar o complexo e dramático nó que liga crises ambientais e pobreza. A atual crise ambiental atinge particularmente os mais pobres, seja porque vivem naquelas terras sujeitas à erosão e à desertificação, ou porque envolvidos em conflitos armados ou ainda constrangidos a migrações forçadas, seja porque não dispõem dos meios econômicos e tecnológicos para proteger-se das calamidades. Muitíssimos destes pobres vivem nos subúrbios poluídos das cidades em alojamentos casuais ou em aglomerados de casas decadentes e perigosas (slums, bidonvilles, barrios, favelas). Ademais, tenha-se sempre presente, a situação dos países penalizados pelas regras de comércio internacional não equitativo, nos quais prevalece uma escassez de capitais freqüentemente agravada pelo ônus da dívida externa: nestes casos a fome e a pobreza tornam quase inevitável uma exploração intensiva e excessiva do ambiente.
483. O estreito liame que existe entre desenvolvimento dos países mais pobres, crescimento demográfico e uso razoável do ambiente, não é utilizado como pretexto para escolas políticas e econômicas pouco conformes à dignidade da pessoa humana. No Norte do planeta se assiste a uma «a quebra do índice de natalidade, com repercussões sobre o envelhecimento da população, que se torna incapaz mesmo de se renovar biologicamente» [1006], ao passo que no Sul a situação é diferente. Se é verdade que a desigual distribuição da população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário [1007]: «Existe uma opinião vastamente difundida, segundo a qual a política demográfica é apenas uma parte da estratégia global sobre o desenvolvimento. Por conseguinte, é importante que qualquer debate acerca de políticas demográficas tenha em consideração o desenvolvimento presente e futuro, tanto das nações como das regiões. Ao mesmo tempo, é impossível pôr de parte a natureza mesma daquilo que a palavra “desenvolvimento” significa. Qualquer desenvolvimento digno deste nome deve ser integral, ou seja, deve orientar-se para o verdadeiro bem de cada pessoa e de toda a pessoa» [1008].
484. O princípio da destinação universal dos bens se aplica naturalmente também à água, considerada nas Sagradas Escrituras como símbolo de purificação (cf. Sal 51, 4, Jo 13, 8) e de vida (cf. Jo 3,5; Gal 3,27): «Como dom de Deus, a água é instrumento vital, imprescindível para a sobrevivência e, portanto, um direito de todos» [1009]. A utilização da água e dos serviços conexos deve ser orientada à satisfação das necessidades e sobretudo das pessoas que vivem em pobreza. Um acesso limitado à água potável incide no bem-estar de um número enorme de pessoas e é freqüentemente causa de doenças, sofrimentos, conflitos, pobreza e até mesmo de morte: para ser adequadamente resolvida, tal questão «necessita ... ser enquadrada de forma a estabelecer critérios morais baseados precisamente no valor da vida e no respeito pelos direitos e pela dignidade de todos os seres humanos» [1010].
485. A água, pela sua própria natureza, não pode ser tratada como uma mera mercadoria entre outras e o seu uso deve ser racional e solidário. A sua distribuição se enumera, tradicionalmente entre as responsabilidades dos órgãos públicos, porque a água sempre foi considerada como um bem público, característica que deve ser mantida caso a gestão venha a ser confiada ao setor privado. O direito à água [1011], como todos os direitos do homem, se baseia na dignidade humana, e não em considerações de tipo meramente quantitativo, que consideram a água tão somente como um bem econômico. Sem água a vida é ameaçada. Portanto, o direito à água é um direito universal e inalienável.
482. O princípio da destinação universal dos bens oferece uma fundamental orientação, moral e cultural, para desatar o complexo e dramático nó que liga crises ambientais e pobreza. A atual crise ambiental atinge particularmente os mais pobres, seja porque vivem naquelas terras sujeitas à erosão e à desertificação, ou porque envolvidos em conflitos armados ou ainda constrangidos a migrações forçadas, seja porque não dispõem dos meios econômicos e tecnológicos para proteger-se das calamidades. Muitíssimos destes pobres vivem nos subúrbios poluídos das cidades em alojamentos casuais ou em aglomerados de casas decadentes e perigosas (slums, bidonvilles, barrios, favelas). Ademais, tenha-se sempre presente, a situação dos países penalizados pelas regras de comércio internacional não equitativo, nos quais prevalece uma escassez de capitais freqüentemente agravada pelo ônus da dívida externa: nestes casos a fome e a pobreza tornam quase inevitável uma exploração intensiva e excessiva do ambiente.
483. O estreito liame que existe entre desenvolvimento dos países mais pobres, crescimento demográfico e uso razoável do ambiente, não é utilizado como pretexto para escolas políticas e econômicas pouco conformes à dignidade da pessoa humana. No Norte do planeta se assiste a uma «a quebra do índice de natalidade, com repercussões sobre o envelhecimento da população, que se torna incapaz mesmo de se renovar biologicamente» [1006], ao passo que no Sul a situação é diferente. Se é verdade que a desigual distribuição da população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário [1007]: «Existe uma opinião vastamente difundida, segundo a qual a política demográfica é apenas uma parte da estratégia global sobre o desenvolvimento. Por conseguinte, é importante que qualquer debate acerca de políticas demográficas tenha em consideração o desenvolvimento presente e futuro, tanto das nações como das regiões. Ao mesmo tempo, é impossível pôr de parte a natureza mesma daquilo que a palavra “desenvolvimento” significa. Qualquer desenvolvimento digno deste nome deve ser integral, ou seja, deve orientar-se para o verdadeiro bem de cada pessoa e de toda a pessoa» [1008].
484. O princípio da destinação universal dos bens se aplica naturalmente também à água, considerada nas Sagradas Escrituras como símbolo de purificação (cf. Sal 51, 4, Jo 13, 8) e de vida (cf. Jo 3,5; Gal 3,27): «Como dom de Deus, a água é instrumento vital, imprescindível para a sobrevivência e, portanto, um direito de todos» [1009]. A utilização da água e dos serviços conexos deve ser orientada à satisfação das necessidades e sobretudo das pessoas que vivem em pobreza. Um acesso limitado à água potável incide no bem-estar de um número enorme de pessoas e é freqüentemente causa de doenças, sofrimentos, conflitos, pobreza e até mesmo de morte: para ser adequadamente resolvida, tal questão «necessita ... ser enquadrada de forma a estabelecer critérios morais baseados precisamente no valor da vida e no respeito pelos direitos e pela dignidade de todos os seres humanos» [1010].
485. A água, pela sua própria natureza, não pode ser tratada como uma mera mercadoria entre outras e o seu uso deve ser racional e solidário. A sua distribuição se enumera, tradicionalmente entre as responsabilidades dos órgãos públicos, porque a água sempre foi considerada como um bem público, característica que deve ser mantida caso a gestão venha a ser confiada ao setor privado. O direito à água [1011], como todos os direitos do homem, se baseia na dignidade humana, e não em considerações de tipo meramente quantitativo, que consideram a água tão somente como um bem econômico. Sem água a vida é ameaçada. Portanto, o direito à água é um direito universal e inalienável.
d) Novos estilos de vida
486. Os graves problemas ecológicos exigem uma efetiva mudança de mentalidade que induza a adotar novos estilos de vida [1012], «nos quais a busca do verdadeiro, do belo e do bom, e a comunhão com os outros homens, em ordem ao crescimento comum, sejam os elementos que determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento» [1013]. Tais estilos de vida devem ser inspirados na sobriedade, na temperança, na autodisciplina, no plano pessoal e social. É necessário sair da lógica do mero consumo e promover formas de produção agrícola e industrial que respeitem a ordem da criação e satisfaçam as necessidades primárias de todos. Uma semelhante atitude, favorecida por uma renovada consciência da interdependência que une todos os habitantes da terra, concorre para eliminar diversas causas de desastres ecológicos e garante uma tempestiva capacidade de resposta quando tais desastres atingem povos e territórios [1014]. A questão ecológica não deve ser abordada somente pelas aterrorizantes perspectivas que o degrado ambiental perfila: esta deve traduzir-se, sobretudo, em uma forte motivação para uma autêntica solidariedade de dimensão universal.
487. A atitude que deve caracterizar o homem perante a criação é essencialmente a da gratidão e do reconhecimento: de fato, o mundo nos reconduz ao mistério de Deus que o criou e o sustém. Se se coloca entre parentes a relação com Deus, esvazia-se a natureza do seu significado profundo, depauperando-a. Se, ao contrário, se chega a descobrir a natureza na sua dimensão de criatura, é possível estabelecer com ela uma relação comunicativa, colher o seu significado evocativo e simbólico, penetrar assim no horizonte do mistério, franqueando ao homem a abertura para Deus, Criador dos céus e da terra. O mundo se oferece ao olhar do homem como rastro de Deus, lugar no qual se desvela a Sua força criadora, providente e redentora.
487. A atitude que deve caracterizar o homem perante a criação é essencialmente a da gratidão e do reconhecimento: de fato, o mundo nos reconduz ao mistério de Deus que o criou e o sustém. Se se coloca entre parentes a relação com Deus, esvazia-se a natureza do seu significado profundo, depauperando-a. Se, ao contrário, se chega a descobrir a natureza na sua dimensão de criatura, é possível estabelecer com ela uma relação comunicativa, colher o seu significado evocativo e simbólico, penetrar assim no horizonte do mistério, franqueando ao homem a abertura para Deus, Criador dos céus e da terra. O mundo se oferece ao olhar do homem como rastro de Deus, lugar no qual se desvela a Sua força criadora, providente e redentora.
[946]Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 15:AAS 58 (1966) 1036.
[947]Cf. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 15:AAS 58 (1966) 1036.
[948]Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 33:AAS 58 (1966) 1052.
[949]Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 34:AAS 58 (1966) 1052.
[950]Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 34:AAS 58 (1966) 1053.
[951]Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 34:AAS 58 (1966) 1053.
[952]Cf. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 35:AAS 58 (1966) 1053.
[953]Cf. <<< 14621 >>>João Paulo II, Discurso pronunciado durante a visita ao «Mercy Maternity Hospital», Melbourne (28 de Novembro de 1986): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 14 de Dezembro de 1986, p. 4.
[954]<<< 14623 >>>João Paulo II, Discurso pronunciado durante o encontro com os cientistas e representantes da Universidade das Nações Unidas, Hiroshima (25 de Fevereiro de 1981), 3: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 15 de Março de 1981, p. 11.>>>>>>
[955]<<< 14622 >>>João Paulo II, Discurso aos trabalhadores das Oficinas Olivetti de Ivrea (19 de Março de 1990), 5: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 25 de Março de 1990, p. 5.
[956]<<< 14624 >>>João Paulo II, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências (3 de Outubro de 1981), 3: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 11 de Outubro de 1981, p. 8.>>>>>>
[957]<<< 14625 >>>João Paulo II, Discurso aos participantes no Congresso promovido pela Academia Nacional das Ciências no bicentenário da fundação (21 de Setembro de 1982), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 10 de Outubro de 1982, pp. 12-13. >>>>>>
[958]João Paulo II, Discurso pronunciado durante o encontro com os cientistas e representantes da Universidade das Nações Unidas, Hiroshima (25 de Fevereiro de 1981), 3: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 15 de Março de 1981, p. 11. <<< 14623 >>>
[959]João Paulo II, Discurso aos trabalhadores das Oficinas Olivetti de Ivrea (19 de Março de 1990), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 25 de Março de 1990, p. 4.<<< 14622 >>>
[960]<<< 14618 >>>João Paulo II, Homilia durante a Celebração no Victoriam Racing Club,Melbourne (28 de Novembre de 1986), 11: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 14 de Dezembro de 1986, p. 4. >>>>>>
[961]João Paulo II,Discurso à Pontifícia Academia das Ciências (23 de Outubro de 1982), 6: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, V, 3 (1982) 898. <<< 14618 >>>>>>>>>
[962]<<< 14630 >>>João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 34: AAS 80 (1988) 559.>>>
[963]João Paulo II, Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1990, 7: AAS 82 (1990) 151. >>>>>>
[964]<<< 14631 >>>João Paulo II, Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1990, 6: AAS 82 (1990) 150. >>>>>>
[965]<<< 14632 >>>João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 37: AAS 83 (1991) 840.>>>>>>
[966]<<< 14632 >>>João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 37>>>>>>: AAS 83 (1991) 840.>>>>>>
[967]<<< 14632 >>>João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 37>>>>>>: AAS 83 (1991) 840.>>>>>>
[968]<<< 14626 >>>João Paulo II, Discurso à 35ª Assembléia geral da Associação Médica Mundial (29 de Outubro de 1983), 6: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 13 de Novembro de 1983, p. 7.
[969]Cf. Paulo VI, Carta apost. Octogesima adveniens, 21: AAS 63 (1971) 416-417.
[970]Paulo VI, Carta apost. Octogesima adveniens, 21: AAS 63 (1971) 417.
[971]João Paulo II, Discurso aos participantes num Congresso sobre “Ambiente e Saúde” (24 de Março de 1997), 2: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 5 de Abril de 1997, p. 9.
[972]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 28: AAS 80 (1988) 548-550.
[973]Cf., por exemplo, Pontifício Conselho da Cultura – Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Jesus Cristo portador da água viva. Uma reflexão sobre o «New Age», Libreria Editrice Vaticana, Cidade do Vaticano 2003, p. 35.
[974]João Paulo II, Discurso aos participantes num Congresso sobre “Ambiente e Saúde” (24 de Março de 1997), 5: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 5 de Abril de 1997, p. 9.
[975]João Paulo II, Discurso aos participantes num Congresso sobre “Ambiente e Saúde” (24 de Março de 1997), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 5 de Abril de 1997, p. 9.
[976]João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 38: AAS 83 (1991) 841.
[977]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 34: AAS 80 (1988) 559-560.
[978]João Paulo II, Discurso aos participantes num Congresso sobre “Ambiente e Saúde” (24 de Março de 1997), 5: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 5 de Abril de 1997, p. 9.
[979]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 40: AAS 83 (1991) 843.
[980]João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 34: AAS 80 (1988) 559.
[981]João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 34: AAS 80 (1988) 559.
[982]João Paulo II, Exort. apost. Ecclesia in America, 25: AAS 91 (1999) 760.
[983]Cf. João Paulo II, Homilia em Val Visdende (Itália) na festa votiva de São João Gualberto (12 de Julho de 1987): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 19 de Julho de 1987, pp. 1.3.
[984]Paulo VI, Carta encicl. Populorum progressio, 17: AAS 59 (1967) 266.
[985]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 37: AAS 83 (1991) 840.
[986]João Paulo II, Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1990, 9: AAS 82 (1990) 152.
[987]João Paulo II, Discurso à Corte e à Comissão Européia dos Direitos Humanos, Estrasburgo (8 de Outubro de 1988), 5: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 16 de Outubro de 1988, p. 4; cf. Id., Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1990,9: AAS 82 (1990) 152; Id., Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1999,10: AAS 91 (1999) 384-385.
[988]Cf. João Paulo II, Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1999,10: AAS 91 (1999) 384-385.
[989]João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 26: AAS 80 (1988) 546.
[990]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 34: AAS 80 (1988) 559-560.
[991]João Paulo II, Alocução à XXV sessão da Conferência da F.A.O. (16 de Novembro de 1989), 8: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 3 de Dezembro de 1989, p. 5.
[992]Cf. João Paulo II, Discurso a um Grupo de estudo da Pontifícia Academia das Ciências (6 de Novembro de 1987): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 15 de Novembro de 1987, p. 1.
[993]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 40: AAS 83 (1991) 843.
[994]Cf. João Paulo II, Discurso aos participantes na Assembléia Plenária da Pontifícia Academia das Ciências (28 de Outubro de 1994): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 12 de Novembro de 1994, p. 22.
[995]Cf. João Paulo II, Discurso aos participantes a um Simpósio sobre a física (18 de Dezembro de 1982): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 9 de Janeiro de 1983, p. 9.
[996]Cf. João PauloII, Discurso aos povos autóctones da Amazônia, Manaus (10 de Julho de 1980): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 27 de Julho de 1980, p. 9.
[997]Cf. João Paulo II, Homilia durante a liturgia da Palavra para as populações autóctones da Amazônia Peruana (5 de Fevereiro de 1985), 4: AAS 77 (1985) 897-898; cf. também Pontifício Conselho « Justiça e Paz», Para uma melhor distribuição da terra. O desafio da reforma agrária (23 de Novembro de 1997), 11: Libreria Editrice Vaticana, Cidade do Vaticano 1997, pp. 13-14.
[998]Cf. João Paulo II, Discurso aos aborígines da Austrália (29 de Novembro de 1986), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 14 de Dezembro de 1986, p. 8.
[999]Cf. João Paulo II, Discurso aos Indígenas da Guatemala (7 de Março de 1983), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 20 de Março de 1983, 4; Id., Discurso aos povos autóctones do Canadá (18 de Setembro de 1984), 7-8: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 7 de Outubro de 1984, p. 7; Id., Discurso aos povos autóctones do Equador (31 de Janeiro de 1985), II.1: AAS 77 (1985) 861; Id., Discurso aos aborígines da Austrália (29 de Novembro de 1986), 10: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 14 de Dezembro de 1986, pp. 8-9.
[1000]Cf. João Paulo II, Discurso aos aborígines da Austrália (29 de Novembro de 1986), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 14 de Dezembro de 1986, p. 8; Id., Discurso aos Ameríndios (14 de Setembro de 1987), 4: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 4 de Outubro de 1987, p. 5.
[1001]Cf. Pontifícia Academia para a vida, Biotecnologias animais e vegetais. Novas fronteiras e novas responsabilidades, Libreria Editrice Vaticana, Cidade do Vaticano 1999.
[1002]Cf. João Paulo II, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências (23 de Outubro de 1982), 6: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, V, 3 (1982) 898. <<< 14618 >>>>>>>>>
[1003]Cf. João Paulo II, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências (3 de Outubro de 1981): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 11 de Outubro de 1981, p. 8.>>>>>>
[1004]Cf. João Paulo II, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências (23 de Outubro de 1982): Insegnamenti di Giovanni Paolo II, V, 3 (1982) 895-898<<< 14618 >>>>>>>>>>>>>>>; Id., Discurso aos participantes do Congresso promovida pela Academia Nacional das Ciências no bicentenário da fundação (21 de Setembro de 1982): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 10 de Outubro de 1982, pp. 12-13. >>>>>>
[1005]Cf. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 69 AAS 58 (1966) 1090-1092; Paulo VI, Carta encicl. Populorum progressio, 22: AAS 59 (1967) 268.
[1006]João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 25: AAS 80 (1988) 543; cf. Id., Carta encicl. Evangelium vitae, 16: AAS 87 (1995) 418.
[1007]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Sollicitudo rei socialis, 25: AAS 80 (1988) 543-544.
[1008]João Paulo II, Mensagem à Senhora Nafis Sadik, Secretária geral da Conferencia Internacional sobre População e Desenvolvimento (18 de Março de 1994) 3: L’Osservatore Romano, ed. em Português, 2 de Abril de 1994, p. 4.
[1009]João Paulo II, Mensagem ao Card. Geraldo Majella Agnelo por ocasião do início da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (19 de Janeiro de 2004): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 28 de Fevereiro de 2004, p. 1.
[1010]Cf. Mensagem ao Card. Geraldo Majella Agnelo por ocasião do início da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (19 de Janeiro de 2004): L’Osservatore Romano, ed. em Português, 28 de Fevereiro de 2004, p. 1.
[1011]Cf. Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 2003, 5: AAS 95 (2003) 343; Pontifício Conselho «Justiça e Paz», Water, an Essential Element for Life. A Contribution of the Delegation of the Holy See on the occasion of the 3rd World Water Forum, Kyoto, 16-23 de Março de 2003.
[1012]Cf. João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 36: AAS 83 (1991) 838-840.
[1013]João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 36: AAS 83 (1991) 839.
[1014]Cf. João Paulo II, Discurso ao Centro das Nações Unidas (18 de Agosto de 1985), Nairobi, 5: AAS 78 (1986) 92.
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html#SALVAGUARDAR O AMBIENTE
Guia para Estudo da Encíclica Laudato Si'
Índice
| |
Laudato si’, mi’ Signore [1-2]
|
03
|
Nada deste mundo nos é indiferente [3-6]
|
04
|
Unidos por uma preocupação comum [7-9]
|
07
|
São Francisco de Assis [10-12]
|
10
|
O meu apelo [13-16]
|
12
|
Capítulo I - O que está a acontecer à nossa casa
| |
Poluição e Mudanças Climáticas
|
18
|
Poluição, resíduos e cultura do descarte [20-22]
|
18
|
O clima como bem comum [23-26]
|
20
|
A Questão da Água [27-31]
|
24
|
Perda de biodiversidade [32-42]
|
27
|
Deterioração da qualidade de vida humana e degradação social [43-47]
|
34
|
Desigualdade planetária [48-52]
|
37
|
A fraqueza das reações [53-59]
|
43
|
Diversidade de opiniões [60-61]
|
47
|
Capítulo II - O Evangelho da Criação
| |
A luz que a fé oferece [63-64]
|
49
|
A sabedoria das narrações bíblicas [65-75]
|
51
|
O mistério do universo [76-83]
|
60
|
A mensagem de cada criatura na harmonia de toda a criação [84-88]
|
66
|
Uma comunhão universal [89-92]
|
70
|
O destino comum dos bens [93-95]
|
73
|
O olhar de Jesus [96-100]
|
75
|
Capítulo III - A raiz humana da crise ecológica
| |
A tecnologia: criatividade e poder [102-105]
|
79
|
A globalização do paradigma tecnocrático [106-114]
|
82
|
Crise do antropocentrismo moderno e suas consequências [115-121]
|
90
|
O relativismo prático [122-123]
|
94
|
A necessidade de defender o trabalho [124-129]
|
96
|
A inovação biológica a partir da pesquisa [130-136]
|
101
|
Capítulo IV – Uma ecologia integral
| |
Ecologia ambiental, econômica e social [138-142]
|
107
|
Ecologia cultural [143-146]
|
112
|
Ecologia da vida quotidiana [147-155]
|
114
|
O princípio do bem comum [156-158]
|
120
|
A justiça intergeneracional [159-162]
|
122
|
Capítulo V – Algumas linhas de orientação e ação
| |
O diálogo sobre o meio ambiente na política internacional [164-175]
|
127
|
O diálogo para novas políticas nacionais e locais [176-181]
|
135
|
Diálogo e transparência nos processos decisórios [182-188]
|
140
|
Política e economia em diálogo para a plenitude humana [189-198]
|
144
|
As religiões no diálogo com as ciências [199-201]
|
152
|
Capítulo VI – Educação e espiritualidade ecológicas
| |
Apontar para outro estilo de vida [203-208]
|
155
|
Educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente [209-215]
|
159
|
A conversão ecológica [216-221]
|
164
|
Alegria e paz [222-227]
|
168
|
Amor civil e político [228-232]
|
172
|
Os sinais sacramentais e o descanso celebrativo [233-237]
|
175
|
A Trindade e a relação entre as criaturas [238-240]
|
180
|
A Rainha de toda a criação [241-242]
|
182
|
Para além do Sol [243-246]
|
183
|
Oração pela nossa terra
|
184
|
Oração cristã com a criação
|
185
|
Documentos da Congregração pelo Clero
O propósito universal das coisas criadas
(The universale purpose of created things)
Aspectos Sociais e Éticos da Economia
(Social and Ethical aspects of Economics)
A Igreja e os Direitos Humanos
(The Church and Human Rights)