24 de julho de 2010

Energia nuclear, um direito inalienável para o desenvolvimento

Por Antonio Gaspari

A energia nuclear é um direito inalienável para o desenvolvimento econômico e social”, é o que lembrou Dom Giampaolo Crepaldi, arcebispo de Trieste, no encerramento da convenção promovida pela Sociedade de Gerenciamento de Instalações Nucleares (SOGIN) , realizado em Trieste, Itália, em 16 de julho, cujo tema foi “A segurança nuclear é um bem comum”.




O já secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz revelou que a Santa Sé está entre os fundadores da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) visando a “promover o bem comum” e acompanhar de perto “os processos de desarmamento e não-proliferação nuclear, bem como as possíveis aplicações pacíficas da tecnologia nuclear”.

Garantir a segurança das instalações nucleares e dos depósitos – precisou o arcebispo –, regulando severamente a produção, distribuição e o comércio de material nuclear, parecem-me ser os pressupostos de uma política energética integrada, capaz de contemplar, ao lado das várias formas de energia limpa, também a energia nuclear”.

"A Doutrina Social da Igreja - enfatizou Dom Crepaldi - insere a energia nuclear no âmbito da responsabilidade comum da humanidade de construir o próprio progresso futuro, no respeito, não como se diz com frequência, aos ‘direitos do ambiente’, uma vez que o ambiente, naturalisticamente entendido, não tem direitos, mas sim aos direitos dos homens, inclusos os pobres de hoje e de amanhã e as gerações vindouras”.

O prelado sublinhou que a Santa Sé tem “afirmado repetidamente a necessidade de utilizar e favor do desenvolvimento dos países pobres os recursos energéticos que derivam da aplicação dos tratados de desarmamento nuclear”. Para Dom Crepaldi, "a Igreja tem em grande consideração a ciência, a técnica e o progresso humano, e ao mesmo tempo, convida o homem a uma postura de prudência, que não significa passividade, incerteza, renúncia ou paralisia das decisões”.

Francesco Mazzuca, comissário do governo italiano, explicou o papel e as atividades da SOGIN, organização controlada pelo Ministério da Economia, responsável pela gestão das centrais nucleares no país desde 1999. A SOGIN implementará em Trieste um parque tecnológico que contará com um centro de excelência, com laboratórios experimentais dedicados à formação, pesquisa e desenvolvimento na área”, afirmou. A escola deverá firmar convênio com o Centre for Theoretical Physics (ICTP), fundado em 1946 pelo físico paquistanês Abdus Salam, prêmio Nobel de Física em 1979, a fim de favorecer a cooperação internacional e a formação de cientistas nos países emergentes.

Após ter destacado a importância econômica e estratégica da tecnologia nuclear civil, o sub-secretário de desenvolvimento econômico da Itália, Stefano Saglia, disse que “uma central nuclear não pode ser vista como algo indesejável; é, ao contrário, uma oportunidade”.

Roberto Menia, representante do ministério do meio ambiente italiano, forneceu alguns dados que confirmam os benefícios econômicos e ambientais da produção de energia a partir de fontes nucleares, afirmando que “as usinas nucleares já não assustam ninguém”.

Fonte: http://www.zenit.org/article-25573?l=portuguese