28 de junho de 2016

Que dia tão lindo! Aniversário de 65 anos de ordenação sacerdotal do Bentinho!

Amo-o, "avô", e o presente desta festa, nós quem o recebemos: a partilha de seu amor e conhecimento. A Laudato Si' não aconteceria se o Espírito Santo já não houvesse preparado o terreno e semeado nos corações dos predecessores de Francisco e nele, as sementes floresceram e frutificaram - e frutificarão ainda mais, muito mais para honra e glória do Amado.

Que Deus os continue abençoando e protegendo, que nunca deixemos de sempre interceder pelas vossas missões. E que suas suaves presenças sempre permaneçam entre nós como exemplos de humildade e sabedoria.



José de Anchieta e Laudato Si'

Por Pe. Josafá Carlos de Siqueira



No dia 9 de junho celebramos a Festa de São José de Anchieta, este jesuíta canonizado pelo Papa Francisco, cuja vida e obra estão profundamente identificadas com a história de nosso Brasil. Como comemoramos também um ano do lançamento da Encíclica Ecológica “Laudato Si'”, faz-se necessário um paralelismo entre a vida do santo e alguns conteúdos existentes no referido documento sobre o cuidado com a casa comum.
A visão integradora de toda a Criação, na qual as questões sociais estão profundamente unidas com as questões ambientais, conforme nos fala a “Laudato Si'” quando aborda a ecologia integral (LS,139), era algo que estava no horizonte de José de Anchieta quando em 1560 relatou os fenômenos físicos da natureza do Brasil, associando-os com a biodiversidade e os povos indígenas. Certamente esta visão sistêmica foi adquirida a partir de uma conversão ecológica, nascida de um mergulho apostólico de enculturação da fé na realidade local. Esta conversão, que é pessoal e comunitária, supõe uma espiritualidade que nos une a Deus, à natureza e à realidade, e com tudo o que nos rodeia (LS, 216).
Nesta correlação, aparece a temática da ecologia cultural na “Laudato Si'”, que nos recorda a importância de prestarmos atenção às comunidades tradicionais e suas tradições culturais, onde a terra não é um bem econômico, mas dom gratuito de Deus e dos antepassados que nela descansam, sendo um espaço sagrado com o qual precisam interagir para manter a sua identidade e os seus valores (LS,146). Foi desta perspectiva que José de Anchieta percebeu e relatou em sua carta biogeográfica de 1560 como os povos indígenas no Brasil se relacionavam com os fenômenos da natureza, ventos, chuvas, raios, animais e plantas, integrando a diversidade cultural e ecológica. 
Esta relação entre ecologia e cultura era tão forte que ele chegou a afirmar que “existiam muitas outras coisas não narradas que são dignas de menção, e que nós como inexperientes desconhecemos”. Os esforços em escrever uma gramática tupi-guarani, mostram o apreço pela cultura local e o desejo de valorizar aquilo que ela tem de mais precioso no processo de comunicação com os outros e com o mundo circundante. Num país como o nosso, onde a riqueza de culturas tradicionais e da biodiversidade é algo admirável e inquestionável, as mensagens de José de Anchieta e da “Laudato Si'” nos convidam a valorizar mais este patrimônio cultural e ecológico, lutando contra toda forma de banalização e destruição desta dupla riqueza que o Criador colocou em nossas mãos para cuidar, guardar e preservar.
Um terceiro paralelismo entre José de Anchieta e a “Laudato Si'” consiste na busca de um novo estilo de vida, “onde é possível necessitar de pouco e viver muito, dando espaços a outros prazeres como os encontros fraternos, o serviço, a música, a arte, o contato com a natureza e a oração” (LS,223). Ao vir para o Brasil, o apóstolo São José de Anchieta teve que mudar todo o seu estilo de vida europeu, passando a viver com poucas coisas, cultivando o diálogo e a convivência com os povos nativos, desenvolvendo a música e o teatro entre os índios, procurando servir de maneira incansável, adquirindo um novo olhar sobre a natureza rica e prodigiosa de nosso país, mantendo-se contemplativo na ação e cultivando a sua vida de oração como cristão, religioso e sacerdote. 
Esta busca em viver um novo estilo de vida, com mais qualidade e menos rodeada dos excessos de coisas que muitas vezes nos escravizam e não nos realizam em profundidade, é um apelo necessário para superar as feridas que provocamos em nós e na casa planetária comum. Que o testemunho de vida de José de Anchieta e a exortação da Encíclica “Laudato Si'” nos ajudem a galgar estes ideais e a viver mais plenamente a nossa vocação de guardiões da Criação.
Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/1289/jose-de-anchieta-e-laudato-si

23 de junho de 2016

Como falar sobre cuidados com a casa comum sem falarmos de misericórdia com os irmãos que sofrem?

"Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo". (Papa Francisco)




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Ao lado do auxílio, muitas vezes financeiro, por que não espalharmos tecnologias sociais em nossas paróquias - por toda a comunidade e não somente no "corpo" físico da igreja - através de ações que melhorem o conforto ambiental dos locais de moradia dos paroquianos, com ênfase nos mais necessitados?

Não sabe como fazer? Pesquise! Seja voluntário(a)! 

Há muitos católicos envolvidos em diversas pastorais sociais e agora, em algumas cidades, já existem pastorais relacionadas à ecologia e ao meio ambiente, ainda que eu ache mais belo o termo Pastoral da Criação para diferenciarmos de todas as ONGs existentes que tratam exatamente do mesmo tema, já que nosso enfoque é outro - infinitamente mais abrangente. Veja na sua cidade e se engaje. 

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"É meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. A pregação de Jesus apresenta-nos estas obras de misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus discípulos".  (Papa Francisco na Bula Misericordiae Vultus)

9 de junho de 2016

Vamos participar de uma enquete?

Confesso que é a primeira vez que faço uma e sou movida por uma curiosidade: dezenas de pessoas de diversas nacionalidades passam diariamente pelo blog, mas nada recebo de feedback... Esta primeira enquete é sobre como você compreende o posicionamento do homem quanto aos cuidados com a Criação. Está lá no menu direito, logo após a "Sopa de Letrinhas" (marcadores) ou basta clicar na figura abaixo.

Muito obrigada!

6 de junho de 2016

Diplomata da Santa Sé cita Laudato Si' na ONU

O novo Observador Permanente da Santa Sé na sede das Nações Unidas em Genebra, o Arcebispo Ivan Jurkovič, invocou a Organização Mundial do Trabalho a fazer mais para resolver o urgente problema do desemprego dos jovens. Em discurso na quinta-feira, (02/06), na 105ª sessão da Conferência Internacional sobre o Trabalho, o diplomata esloveno insistiu que "criar empregos dignos e bem remunerados para os jovens é uma obrigação moral"E para isto, prosseguiu, "deve-se encorajar modelos econômicos novos, inclusivos e igualitários, não voltados para poucos, mas que atendam o povo comum e a sociedade como um todo".
Ilusão
Advertindo que o avanço da tecnologia pode "reduzir o valor e dignidade dos trabalhadores", o Arcebispo Jurkovič reiterou que "medir o progresso humano em termos de crescimento econômico e a acumulação de riqueza material não é realístico [...] O trabalho adquire seu verdadeiro caráter quando é decente e sustentável para trabalhadores, empregadores, governos, comunidades e meio ambiente. A globalização propiciou novas oportunidades de emprego nas economias emergentes, mas por outro lado, deixou os trabalhadores mais vulneráveis a pressões competitivas por um salário mais alto e uma maior jornada de trabalho".   
Laudato Si'
Finalizando, o Arcebispo Jurkovič falou dos efeitos negativos das mudanças climáticas no desenvolvimento econômico e social. Mencionando a Encíclica Laudato Si’, disse que "Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa crise socioambientalAs diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza"
Fonte: http://www.news.va/pt/news/santa-se-exorta-onu-a-criar-trabalho-digno-para-os

5 de junho de 2016

Dia Mundial do Meio Ambiente... Será que você se lembra o que nos diz o Catecismo Católico sobre o tema?

A preguiça é um pecado imenso e nunca mais eu quis escrever artigos: acabei só reproduzindo no blog as escritas de terceiros e ainda preciso me fortalecer mais espiritualmente para dar um bom testemunho. Entretanto, hoje é o dia mundial do meio ambiente... Bateu uma apatia e a vontade de perguntar: "E daí?".

Daqui a alguns dias, se completará um ano da apresentação da Laudato Si' e vemos como ainda é incipiente na vivência paroquial dos leigos o estudo e os desdobramentos das diversas encíclicas. Com a Laudato Si', quis crer que o apelo às questões tão preementes a todos - crentes ou não - juntamente com a CF deste ano pudesse nos trazer debates mais amplos e eficazes. 

Pesquisando na rede pude perceber que são poucas as ações pastorais no país, muitas destas existentes desde muito antes da encíclica, como: coleta de óleo comestível usado, coleta seletiva de alumínio, distribuição de peças de vestuário aos pobres e formação de bazares, palestras sobre reciclagem, consumo de água e energia, etc e tal... Isto é muito pouco, gente! Isto é tapar o sol com a peneira, que me perdoem a franqueza de quem já trabalhou cinco anos num serviço social paroquial. 

A questão é muito mais profunda, envolve talentos ofertados com disposição e párocos com discernimento para distribuí-los pelas necessidades das paróquias. Não que as ações que citei anteriormente não sejam válidas, entendam bem, mas elas são paliativas: ajuda daqui, ganha-se dali, parece que todos ficam contentes, mas nada muda de fato... Voltarei ao assunto numa outra publicação lá no Reciclando Idéias, mas deixarei como contribuição ao dia de hoje a pergunta do título:

"Será que você se lembra o que o Catecismo nos diz sobre o tema?"

Dica: Pegue o seu e o leia... No meu exemplar (Edições Loyola - pequeno) começa na página 83 e vai até a 102.

Por que estou falando sobre ler o catecismo? Porque se você não souber o seu significado, irá ser mais um pagão travestido de católico. Interiorize os ensinamentos dele e depois sim, parta para ação utilizando o conhecimento sobre as técnicas e boas práticas adotadas para prevenção dos impactos ambientais ou de suas remediações, incluindo a sensibilização ambiental da sociedade.

"A interdependência das criaturas é querida por Deus".

3 de junho de 2016

Laudato Si' e apostolado local...


E lá se foi mais um ano... A ONG 'The Global Catholic Climate Movement', a qual reúne associações católicas de diversas nacionalidades, promoverá entre 12 e 19 de junho a Celebração Global do 1º. Aniversário da Encíclica Laudato Si', em paróquias e comunidades por todo o mundo.

A ONG apresenta uma proposta bastante interessante para a formação de animadores paroquiais da encíclica onde estes atuarão, principalmente, como mediadores de ações práticas nas mesmas e nas comunidades circunvizinhas, promovendo inclusive o diálogo inter-religioso. E é claro que, para tal fim, estes animadores estarão sob a autoridade dos párocos locais.

Para saber mais acesse: www.laudatosiweek.org/pt-pt




Sem a base fisiológica, a espiritual não persiste. 
Só se abdica do que se tem...