Há muito nada publico devido a correria do dia a dia e gostaria de compartilhar um belo salmo sobre a Criação retirado da Bíblia de Jerusalém, mas ao final reproduzo comentários da Bíblia Pastoral online, da Ed. Paulus.
Ontem foi Pentecostes e foi num dia de celebração como este que a Laudato Si' nos foi apresentada em 2015, complementando o ciclo iniciado com São João Paulo II, trilhado por Bento XVI e coroado por Francisco.
Clique na imagem e acesse a carta encíclica Dominum et Vivificantem de São Paulo II
sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do Mundo
Salmo 104 (103)
O esplendor da criação
1 Bendize a Iahweh, ó minha alma!
Iahweh, Deus meu, como és grande:
vestido de esplendor e majestade,
2 envolto em luz como num manto,
estendendo os céus como tenda,
3 construindo sobre as águas tuas altas moradas;
tomando as nuvens como teu carro,
caminhando sobre as asas do vento;
4 fazendo dos ventos teus mensageiros,
das chamas de fogo teus ministros!
5 Assentaste a terra sobre suas bases,
inabalável para sempre e eternamente;
6 cobriste-a com o abismo, como um manto,
e as águas se postaram por cima das montanhas.
7 À tua ameaça, porém, elas fogem,
ao estrondo do teu trovão se precipitam,
8 subindo as montanhas, descendo pelos vales,
para o lugar que lhes tinhas fixado;
9 puseste um limite que não podem transpor,
para não voltarem a cobrir a terra.
10 Fazes brotar fontes d'água pelos vales:
elas correm pelo meio das montanhas,
11 dão de beber a todas as feras do campo,
e os asnos selvagens matam a sede;
12 junto a elas as aves do céu se abrigam,
desferindo seu canto por entre a folhagem.
13 De tuas altas moradas regas os montes,
e a terra se sacia com o fruto de tuas obras;
14 fazes brotar relva para o rebanho
e plantas úteis ao homem,
para que da terra ele tire o pão
15 e o vinho, que alegra o coração do homem;
para que ele faça o rosto brilhar com o óleo,
e o pão fortaleça o coração do homem.
16 As árvores de Iahweh se saciam,
os cedros do Líbano que ele plantou;
17 ali os pássaros se aninham,
no seu topo a cegonha tem sua casa;
18 as altas montanhas são para as cabras,
os rochedos um refúgio para os ratazanas.
19 Ele fez a lua para marcar os tempos,
o sol conhece o seu ocaso.
20 Colocas as trevas e vem a noite,
e nela rondam todas as feras da selva;
21 rugem os leõezinhos em busca da presa,
pedindo a Deus o sustento.
22 Ao nascer do sol se retiram
e se entocam nos seus covis;
23 sai o homem para a sua faina,
e para o seu trabalho até a tarde.
24 Quão numerosas são tuas obras, Iahweh,
e todas fizeste com sabedoria!
A terra está repleta das tuas criaturas.
25 Eis o vasto mar, com braços imensos,
onde se movem, inumeráveis,
animais pequenos e grandes;
26 ali circulam os navios, e o Leviatã,
que formaste para com ele brincar.
27 Eles todos esperam de ti
que a seu tempo lhes dê o alimento:
28 tu lhes dás e eles o recolhem,
abres tua mão e se saciam de bens.
29 Escondes tua face e eles se apavoram,
retiras sua respiração e eles expiram,
voltando ao seu pó.
30 Envias teu sopro e eles são criados,
e assim renovas a face da terra.
31 Que a glória de Iahweh seja para sempre,
que Iahweh se alegre com suas obras!
32 Ele olha a terra e ela estremece,
toca as montanhas e elas fumegam.
33 Cantarei a Iahweh enquanto eu viver,
louvarei o meu Deus enquanto existir.
34 Que meu poema lhe seja agradável;
quanto a mim, eu me alegro com Iahweh.
35 Que os pecadores desapareçam da terra
e os ímpios nunca mais existam.
Bendize a Iahweh, ó minha alma!
Comentários da Bíblia Pastoral:
* 1-4: Celebra a grandeza de Deus envolvido pela imensidão do universo.
* 5-9: Descreve alguns traços da criação primordial. Trata-se de uma observação simples dos principais fenômenos da natureza.
* 10-18: Celebra o ritmo harmônico da natureza, em que coexistem pacificamente plantas, animais e seres humanos.
* 19-26: Dia e noite delimitam o espaço do homem e das feras. Os vv. 24-26 contemplam a multiplicidade, beleza e imensidão das criaturas.
* 27-28: Enquanto os animais se alimentam diretamente da natureza, o homem precisa transformá-la através do trabalho.
* 29-30: O mistério da vida é visto como o mistério da respiração: sopro de Deus que cria, vivifica e renova.
* 31-34: Neste louvor, o homem reconhece o mistério da natureza, descobrindo nele o próprio mistério de Deus.
* 35: A harmonia da natureza deixa aberta uma questão: por que existem os injustos que produzem desigualdade entre os homens?
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