(Artigo recuperado – 20.03.09)
Procurando um texto para atualizar o blog, encontrei este da rede Catholic.NET e apesar de antigo, o tema abordado é atualíssimo, num momento em que muitos dos que se dizem católicos são a favor do aborto, mas protegem o mico-leão dourado, as jubartes e as tartaruguinhas… E por estarmos em plena Quaresma, momento de reflexão sobre todo o ‘lixo tóxico’ que acumulamos em nós e ao nosso redor, nos afetando e aos que conosco convivem.
É óbvio que sou a favor do movimento para a proteção da qualidade de vida destes seres, da proteção de áreas naturais, da melhoria das zonas antropizadas, mas sou muito mais a favor da manutenção da vida humana. Meu pai costuma me encarnar dizendo que sou "especialista em dejetos" (para ser educada ao menos aqui…rs) e ele tem razão do absurdo de se fazer necessário profissionais que corrijam, que façam o "faxinão" de outros que agem de modo irresponsável e nada impensado, profissionais que se dedicam ensinando o que não deve ser feito.
Espero que o texto que traduzi e apresento a vocês permita uma reflexão sincera sobre as escolhas corretas em relação ao Reino e à criação.
Boa leitura!
É óbvio que sou a favor do movimento para a proteção da qualidade de vida destes seres, da proteção de áreas naturais, da melhoria das zonas antropizadas, mas sou muito mais a favor da manutenção da vida humana. Meu pai costuma me encarnar dizendo que sou "especialista em dejetos" (para ser educada ao menos aqui…rs) e ele tem razão do absurdo de se fazer necessário profissionais que corrijam, que façam o "faxinão" de outros que agem de modo irresponsável e nada impensado, profissionais que se dedicam ensinando o que não deve ser feito.
Espero que o texto que traduzi e apresento a vocês permita uma reflexão sincera sobre as escolhas corretas em relação ao Reino e à criação.
Boa leitura!
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Ecologia humana
Por Juan García Inza
[Tradução: Renata Espíndola]
[Tradução: Renata Espíndola]
Admiro os amantes da natureza, sou um deles, porém faz falta em muitos ecologistas algo muito essencial. Os que militam nestas organizações naturalistas são capazes de tudo para defender uma paisagem, uma espécie em perigo, um animal em concreto, o oxigênio que respiramos… Os temos visto fazerem greves de fome, fazerem grandes manifestações, se lançarem valentemente contra pesqueiros e submarinos em defesa da pureza ambiental.
Tudo me parece muito positivo. Porém, tenho que dizer, e o disse por muitas vezes nos meios de comunicação, que menosprezam algo: UMA DEFESA AUDAZ, VALENTE, RADICAL DO SER HUMANO DESDE SUA CONCEPÇÃO ATÉ SUA MORTE NATURAL. Não vi estes ecologistas manifestarem-se, ou fazerem greves de fome, diante das clínicas abortistas, ou nas campanhas contra a fome e a injustiça no mundo, ou por motivo das freqüentíssimas violações dos direitos humanos, dos atentados contra a vida, da violência contra a mulher ou às crianças, das aberrações de tantos pais sem escrúpulos que marcam os seus filhos(as) para sempre com a brutalidade de seus impulsos obscenos.
Não observo tampouco que os ativistas destas organizações protestem diante dos colégios pela violência que se está gerando nas salas de aulas, ou nas ruas de qualquer povoado ou cidade, ou contra o terrorismo, ou os crimes que muitas vezes se cometem por pura ambição ou diversão. Estou a favor do respeito mais exigente à natureza. Porém, como nós, os humanos, também somos natureza, quero unir minha voz aos que pedem socorro para salvar a espécie humana em perigo de extinção.
A este respeito, o Papa João Paulo II falava recentemente de “uma necessária Ecologia Humana para tornar mais digna a existência do Homem”. Foi em 18 de janeiro deste ano na Audiência Geral. Ali falou sobre o senhorio do ser humano frente à Criação, explicando que o homem está prestando mais atenção à qualidade de vida pois “não está em jogo somente uma ecologia ‘física’, senão uma ecologia ‘humana’ que torne mais digna a existência do ser humano. Somente assim o homem poderá passear novamente pelo jardim da Criação”.
O Santo Padre afirmou que o senhorio do homem não é “absoluto, senão ministerial; é reflexo real do senhorio único e infinito de Deus. Por isso, o homem tem que vivê-lo com sabedoria e amor, participando na sabedoria e no amor incomensurável de Deus”. Logo após escutar o Salmo, o Pontífice explicou que “é um hino de esperança que nos introduz numa visão cósmica. Representa o paraíso perdido e também o prometido de onde a harmonia do homem com os demais, com a Criação e com Deus, é o projeto querido pelo Criador, porém este tem sido alterado pelo pecado. A criatura humana recebeu a missão de governar a Criação para desenvolver suas potencialidades. Porém, ao contemplar nosso planeta, vemos que o homem deformou o hábitat da terra. Pelo qual é necessário promover a ‘conversão ecológica’, que faça a humanidade mais sensível diante tal deterioração”, acrescentou o Papa.
O Pontífice afirmou que “nesta reencontrada harmonia com a natureza e com si mesmos, os homens e as mulheres retornam a passearem no jardim da Criação, tratando de fazer que os bens da terra estejam disponíveis a todos e não somente a alguns privilegiados, tal como sugeria o jubileu bíblico (cf. Lv 25,8-13.23). Entre aquelas maravilhas descobrimos a voz do Criador, transmitida por céu e pela terra, de dia e de noite: uma linguagem ‘sem palavras, sem que se ouça o som’, capaz de transpassar todas as fronteiras”.
“Na linguagem bíblica ‘dar o nome’ às criaturas (cf. Gn 2,19-20) é o sinal desta missão de conhecimento e transformação da realidade criada. É a missão não de um dono absoluto e inquestionável, senão de um ministro do Reino de Deus, chamado a continuar a obra do Criador, uma obra de vida e paz. Sua tarefa, definida no Livro da Sabedoria, é governar ‘o mundo com santidade e justiça’ (Sab 9,3)”, explicou o Papa.
O Santo Padre acrescentou que “desaforadamente, se recorremos as regiões de nosso planeta, nos damos conta em seguida que a humanidade ‘decepcionou’ a expectativa divina. Sobretudo em nosso tempo, o homem devastou sem cortesia planícies e vales florestados, contaminou as águas, deformou o hábitat da terra, tornou irrespirável o ar, desestabilizou os sistemas hidrogeológicos e atmosféricos, desertificando espaços verdejantes, desenvolvendo formas de industrialização selvagem, humilhando – para usar uma imagem de Dante Alighieri – aquele tesouro que é a Terra, nossa morada”.
Que impressionantes são estas sábias palavras! O homem deve defender esse jardim do mundo, esse lugar de encontro com a vida, e poder deste modo passear por ele com toda liberdade, contemplando suas maravilhas, desfrutando das cores, dos odores, dos sons da natureza, e também do silêncio de uma terra que continuamente está dando a luz novas criaturas sem fazer ruído.
Amigo leitor veja mais além do computador, levante a cabeça ou cerre os olhos, descubra esse mundo que carrega consigo e essa maravilha que te rodeia. Esta semana começa o santo tempo da Quaresma. Uma boa oportunidade para exercitarmos o ECOLOGISMO HUMANO tratando de sermos melhores pessoas, limpando nosso interior de tanto mal que nos enfeia e põe em perigo nossa segurança, e tratemos de criar ao nosso redor um ambiente de onde seja possível viver o amor e a amizade, com Deus e os homens.
Tudo me parece muito positivo. Porém, tenho que dizer, e o disse por muitas vezes nos meios de comunicação, que menosprezam algo: UMA DEFESA AUDAZ, VALENTE, RADICAL DO SER HUMANO DESDE SUA CONCEPÇÃO ATÉ SUA MORTE NATURAL. Não vi estes ecologistas manifestarem-se, ou fazerem greves de fome, diante das clínicas abortistas, ou nas campanhas contra a fome e a injustiça no mundo, ou por motivo das freqüentíssimas violações dos direitos humanos, dos atentados contra a vida, da violência contra a mulher ou às crianças, das aberrações de tantos pais sem escrúpulos que marcam os seus filhos(as) para sempre com a brutalidade de seus impulsos obscenos.
Não observo tampouco que os ativistas destas organizações protestem diante dos colégios pela violência que se está gerando nas salas de aulas, ou nas ruas de qualquer povoado ou cidade, ou contra o terrorismo, ou os crimes que muitas vezes se cometem por pura ambição ou diversão. Estou a favor do respeito mais exigente à natureza. Porém, como nós, os humanos, também somos natureza, quero unir minha voz aos que pedem socorro para salvar a espécie humana em perigo de extinção.
A este respeito, o Papa João Paulo II falava recentemente de “uma necessária Ecologia Humana para tornar mais digna a existência do Homem”. Foi em 18 de janeiro deste ano na Audiência Geral. Ali falou sobre o senhorio do ser humano frente à Criação, explicando que o homem está prestando mais atenção à qualidade de vida pois “não está em jogo somente uma ecologia ‘física’, senão uma ecologia ‘humana’ que torne mais digna a existência do ser humano. Somente assim o homem poderá passear novamente pelo jardim da Criação”.
O Santo Padre afirmou que o senhorio do homem não é “absoluto, senão ministerial; é reflexo real do senhorio único e infinito de Deus. Por isso, o homem tem que vivê-lo com sabedoria e amor, participando na sabedoria e no amor incomensurável de Deus”. Logo após escutar o Salmo, o Pontífice explicou que “é um hino de esperança que nos introduz numa visão cósmica. Representa o paraíso perdido e também o prometido de onde a harmonia do homem com os demais, com a Criação e com Deus, é o projeto querido pelo Criador, porém este tem sido alterado pelo pecado. A criatura humana recebeu a missão de governar a Criação para desenvolver suas potencialidades. Porém, ao contemplar nosso planeta, vemos que o homem deformou o hábitat da terra. Pelo qual é necessário promover a ‘conversão ecológica’, que faça a humanidade mais sensível diante tal deterioração”, acrescentou o Papa.
O Pontífice afirmou que “nesta reencontrada harmonia com a natureza e com si mesmos, os homens e as mulheres retornam a passearem no jardim da Criação, tratando de fazer que os bens da terra estejam disponíveis a todos e não somente a alguns privilegiados, tal como sugeria o jubileu bíblico (cf. Lv 25,8-13.23). Entre aquelas maravilhas descobrimos a voz do Criador, transmitida por céu e pela terra, de dia e de noite: uma linguagem ‘sem palavras, sem que se ouça o som’, capaz de transpassar todas as fronteiras”.
“Na linguagem bíblica ‘dar o nome’ às criaturas (cf. Gn 2,19-20) é o sinal desta missão de conhecimento e transformação da realidade criada. É a missão não de um dono absoluto e inquestionável, senão de um ministro do Reino de Deus, chamado a continuar a obra do Criador, uma obra de vida e paz. Sua tarefa, definida no Livro da Sabedoria, é governar ‘o mundo com santidade e justiça’ (Sab 9,3)”, explicou o Papa.
O Santo Padre acrescentou que “desaforadamente, se recorremos as regiões de nosso planeta, nos damos conta em seguida que a humanidade ‘decepcionou’ a expectativa divina. Sobretudo em nosso tempo, o homem devastou sem cortesia planícies e vales florestados, contaminou as águas, deformou o hábitat da terra, tornou irrespirável o ar, desestabilizou os sistemas hidrogeológicos e atmosféricos, desertificando espaços verdejantes, desenvolvendo formas de industrialização selvagem, humilhando – para usar uma imagem de Dante Alighieri – aquele tesouro que é a Terra, nossa morada”.
Que impressionantes são estas sábias palavras! O homem deve defender esse jardim do mundo, esse lugar de encontro com a vida, e poder deste modo passear por ele com toda liberdade, contemplando suas maravilhas, desfrutando das cores, dos odores, dos sons da natureza, e também do silêncio de uma terra que continuamente está dando a luz novas criaturas sem fazer ruído.
Amigo leitor veja mais além do computador, levante a cabeça ou cerre os olhos, descubra esse mundo que carrega consigo e essa maravilha que te rodeia. Esta semana começa o santo tempo da Quaresma. Uma boa oportunidade para exercitarmos o ECOLOGISMO HUMANO tratando de sermos melhores pessoas, limpando nosso interior de tanto mal que nos enfeia e põe em perigo nossa segurança, e tratemos de criar ao nosso redor um ambiente de onde seja possível viver o amor e a amizade, com Deus e os homens.
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